¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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segunda-feira, junho 06, 2011
 
DEFESA DO HOMOSSEXUALISMO
É COMÉRCIO E CAÇA DE VOTOS



Comentei, ainda há pouco, um aviso postado no site da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), que teria convocado simpatizantes a um evento em Brasília, programado para ontem, em que seriam queimados exemplares da Bíblia. Na primeira versão publicada na seção de "eventos nacionais" da página virtual, o texto dizia que "em frente à Catedral, nós ativistas LGBTT iremos queimar um exemplar da Bíblia Sagrada". Em seguida, a mensagem defendia que "um livro homofóbico como este não deve existir em um mundo onde a diversidade é respeitada."

Dia seguinte, o presidente da tal de associação, que reúne todas as sexualidades exceto a hetero, declarava que a convocação teria sido obra de hackers. Obra de hackers ou não, ela não deixa de ter sentido. A Bíblia condena os homossexuais à morte. Nisto em nada difere do Islã. Que, no fundo, é um universo profundamente homossexual, onde a mulher não tem lugar. Mas os machos muçulmanos têm dificuldade em lidar com isto. Ai de quem for flagrado fazendo o que todos fazem sem serem flagrados.

Que as pessoas prefiram este ou aquele sexo, o sexo diferente ou mesmo, isto é um direito de todos. Os católicos costumam alegar que homossexualismo é antinatural. Claro que é. O homem é antinatural. Natural é o macaco, que ainda hoje vive pendurado pelo rabo nas árvores. Natural é o tatu, que até hoje vive em tocas. Natural são os bois, que até hoje vivem pastando. Nosso ancestral, ao erguer-se sobre duas patas e ver-se dotado do polegar preênsil, viu no osso um instrumento de caça ou de guerra, viu na lasca de pedra um utensílio e viu nas pedras uma casa e na carne crua o churrasco.

Tudo que o homem criou é antinatural: a casa, a comida assada, as armas, os meios de transporte. Nada mais antinatural que ua bicicleta, um carro ou um avião. Antinatural é tanto a água filtrada como o leite pasteurizado, o carménère como o camembert, o livro como a bomba atômica. Pouco ou quase nada resta de natural entre as coisas que envolvem o ser humano.

A isto chamamos cultura. No sentido lato, tanto o anzol como a faca, tanto a feijoada como o clavecino, tanto a obra de Oppenheimer como a de Mozart são cultura. Se o homem um dia deixou de comer carne crua para comê-la cozida, se junto a beber água descobriu os fermentados e destilados, isto faz parte de sua antinaturalidade. Porque seria diferente no terreno da sexualidade? É óbvio que um macaco não consegue conceber os kamasutra. Para chegar lá, precisa-se de engenho e arte. Animal não tem engenho nem faz arte. Só um ser antinatural como o homem consegue fazer arte.

Dito isto, homo sum, humani nihil me alienum puto, como disse Terêncio. A homossexualidade é ancestral, bem anterior ao cristianismo, que aliás a condenou como abominação. Com uma diferença. Naqueles dias das antigas Roma e Grécia, as pessoas eram homossexuais tranqüilamente, sem sair a fazer passeatas pelas ruas de Roma ou Atenas. De César dizia-se que era o marido de todas as mulheres e a mulher de todos os maridos e ninguém tinha nada a ver com isso. Havia os cultos à fertilidade, com desfiles de falos, é verdade. Mas fertilidade é uma coisa e prazer é outra. Para o prazer, os banhos e as lupercálias.

Leio pesquisa da Veja segundo a qual, de 2003 para cá, a discriminação sexual resistia, mas já havia sinais de que a luta contra o preconceito atravessava uma fase de transformação significativa. Em vez de manter o confinamento como técnica de defesa, os gays começaram a se expor, a se exibir, a emergir. Existem algumas indicações concretas dessa nova fase de exposição. Em 1995 havia quarenta endereços GLS em São Paulo, boa parte deles nas regiões decadentes da cidade. Em 2003 havia 180 locais, vários deles situados em bairros valorizadíssimos. São Paulo vem sendo classificada por muita gente como a São Francisco da América do Sul, referência à cidade americana conhecida como a meca dos homossexuais. Uma forte indicação de mudança de atitude dos gays foi conferida na VII Parada do Orgulho Gay. Em 1997, a primeira passeata reuniu apenas 2.000 gatos-pingados. Na edição de 2002, mais de 500.000 pessoas desfilaram. Já a mais recende edição do evento, realizada em 2010, reuniu mais de 3 milhões de pessoas.

Quanto aos três milhões, me permito dúvidas. Mas vá lá. Se Veja quer, que assim seja. O que a revista está dizendo, no fundo, é que os assim chamados gays resolveram exibir o sexo em público. Ora, sexualidade é algo que pertence ao foro íntimo de cada um. Jamais me ocorreria – nem creio que ocorra a qualquer leitor sensato – exibir o sexo em público. De minha sexualidade, só falo para pessoas muito íntimas, eventualmente para meus médicos, se isto for necessário.

A 15ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a ser realizada no próximo dia 26, na Avenida Paulista, contará com representantes da Igreja Anglicana do Brasil. O tema da parada este ano usa um dos mandamentos da Igreja: “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia! – 10 anos da Lei 10.948/01”. Reverendos e seguidores da Igreja Anglicana do Brasil, além de fiéis de outras religiões, irão participar da passeata.

“Duzentas pessoas, entre protestantes, anglicanos, metodistas e luteranos, devem estar no carro”, disse Ideraldo Beltrame, presidente da Parada e seguidor da Igreja Anglicana. Budistas e hinduístas também foram convidados para participar. A mensagem estará estampada em camisetas usadas pela comitiva, que trarão no verso a frase “religiosos e religiosas contra a homofobia”.

Essa gente não leu a Bíblia. Ou a leu e, propositadamente, a esquece. Há um exibicionismo escancarado em tais passeatas, quando não interesses que com sexualidade nada têm a ver. O que é confirmado pela Veja: “Tamanha é a força das paradas que elas passaram a atrair políticos e artistas, todos de olho no poder eleitoral e de consumo da comunidade gay, estimada em cerca de 10% da população mundial segundo a maior parte dos estudos demográficos”.

Todo político sabe que manifestação gay sempre rende votos. Isto sem falar nas ONGs, que promovem tais carnavais com dinheiro do contribuinte. As ABGLTs estão instaladas em quase todas as capitais do país e ganham muita grana com suas bandeiras. Defesa do homossexualismo virou comércio e caça de votos.