¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

Powered by Blogger

 Subscribe in a reader

sexta-feira, julho 22, 2011
 
ATEU PROFISSIONAL?


Sobre a questão dos ateus, uma de minhas boas interlocutoras me xinga: “janer, por causa de um "i" tu chamas alguém de ignorante com toda essa carga de cultura? Tu és um baixinho sinistro”.

Bom, não sou exatamente baixinho e diria que sinistro também não. Quanto ao “i”, não é apenas um “i”. Na madrugada de hoje, eu assistia a uma sessão do STF, quando Gilmar Mendes deu seu voto sobre a tal de homoafetividade. Não sei se ele estava querendo bancar o popular, mas a toda hora dizia: legalmenti, exatamenti, di forma que. Vá lá, mas não fica bem num ministro. Lá no campo, apesar de não terem grandes luzes, a gauchada chamava de bundinha da cidade quem trocava o "e” por “i”.

No caso do ateu, o “i” foi mais grave. Foi prazeirosa em vez de prazerosa. Já ouvi isso de muito professor universitário. Certa vez, em uma reunião de departamento na UFSC, ouvi de uma Dra. pela USP: “para mim é muito prazeiroso...” Não resisti: “quer dizer que a Dra. tem prazeires quando...?”

É erro crasso que não se admite em pessoa minimamente culta. E muito menos em quem tem doutorado pela USP. Ou talvez seja normal entre os PhDeuses uspianos e não estou sabendo. Sempre vi os crentes como pessoas incultas, ao contrário dos ateus, que dominavam o vernáculo. Como disse, já não se fazem mais ateus como antigamente.

Por outro lado, Juliana Honório da Silva enviou mensagem ao presidente da ATEA:

Prezados Senhores,

Tenho uma dúvida com relação ao Sr. Presidente dessa Associação. Gostaria muito de saber qual é a sua formação acadêmica, qual sua especialização, e se exerce a profissão para o qual foi preparado. Em resumo, onde e em quê Daniel Sottomaior trabalha. Desde já, agradeço, obrigada.


Daniel Sottomaior responde:

Juliana, a entidade existe para promover os objetivos estatutários. Expor as vidas pessoais de membros e diretores não faz parte de nossos objetivos.

Daniel


Como se declinar a profissão que alguém exerce fosse expor a vida pessoal desse alguém. Por um lado, Juliana não está perguntando pela vida pessoal de ninguém. Está perguntando qual sua profissão. E não pergunta pela profissão dos membros. Apenas pela do diretor. O diretor não respondeu.

Por outro lado, não vejo invasão nenhuma de privacidade se alguém pergunta por minha profissão. Um homem se define por seu trabalho. Se não trabalha, é um inútil. Se Sottomaior não responder a esta pergunta, é um desocupado que faz do ateísmo profissão.

Se responder, publico sua resposta.