¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, janeiro 31, 2012
 
MENSAGEM DE NOVA YORK


Sobre comentário recente que fiz sobre a cultura americana, recebo de Levi Marcos Pereira, de Nova York:

Caro Janer,

Muito bom ter acesso aos teus posts num sábado modorrento.

Também lamentei pela professora e pelos demais que perderam a vida naquele trágico acidente, claro. Meu nó na garganta se deu uns anos após eu ter me livrado da crença idiota na pregação idem da esquerdalha. Custou-me a me dar conta de que eu não era socialista, mas imbecil, no dizer do Humphrey Bogart. Pensava que odiava os Estados Unidos e que, por isso mesmo, eu era diferenciado positivamente em relação àqueles que eu xingava de “capitalistas”. Confesso, já fui idiota, ops!, socialista. Vá lá, imbecil mesmo. Muito bom poder viver o suficiente para se dar conta das próprias idiotices e delas se livrar. Ainda purgo um pouco da culpa por ter crido nesse credo cretino.

Nova Iorque é feia, posto que vertical, mas há lá prédios bonitos sim, escondidos no meio da selva dos arranha-céus, é verdade, mas bonitos sim. Dois exemplos somente, as catedrais de St. Patrick e St. John the divine (sem comparação com a de Toledo!). Já tive oportunidade de dizer em mensagem anterior e repito agora: Adoro ópera (cantei em coral por muitos anos e eduquei meu ouvido, além de ter obtido bolsa para a graduação por causa disso mesmo), especialmente no Metropolitan Opera House, onde já tive a oportunidade de me deliciar com a Tosca. Estou a caminho novamente na próxima semana e já comprei meu ingresso para a Aída. Acústica perfeita, montagem idem e elevado grau de profissionalismo, verificável até mesmo na compra dos ingressos, conforme você disse no post. Gosto de Nova Iorque, embora prefira Florença, Siena, Toledo e, especialmente, Madri.

Quanto a restaurantes em NY, gosto muito dos italianos, especialmente um chamado “Violino”, na Columbus Av. Boa comida, bom vinho, atendimento ótimo e preços civilizados.

Quanto ao racismo dos negros, confirmo o que você disse, mas abstenho-me de entrar em detalhes. Por outro lado, fui muito bem tratado por brancos americanos nos lugares em que estive (Charlotte, na Carolina do Norte, Minneapolis, Dallas e em três ou quatro cidades da Virginia, todas feias, obedecendo a um padrão de um down town vertical, distante das áreas residenciais). Em todas elas, exige-se a posse de um carro para se locomover, regra não muito aplicável em Nova Iorque, onde se pode prescindir dessa maldição chamada carro.

Abraços.