¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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domingo, julho 08, 2012
 
AS PROSTITUTAS DE PARIS
E A REVOLUÇÃO FRANCESA



MORTE AO REI!
Essa inesperada intimidade com uma centena de políticos serviu para confirmar em caráter definitivo as prostitutas na função da tropa de assalto da Revolução, e daí por diante não deixaram de estar presentes em nenhum choque entre povo e milícia. Já no mês de julho – isto nas proximidades do Hôtel du Roule, antigo reinado de Paris – deu-se um encontro de lendária obscenidade.

Era noite e um destacamento de cavalaria rondava lentamente pela cidade, quando uma companhia de prostitutas, algumas portando pistolas à cintura, embargou-lhe o caminho. Exigiram dos soldados que bradassem mort au roi (morte ao rei!). A tropa se recusou: depois disso, algumas das mulheres seguraram as rédeas dos cavalos, outras estreitaram-se aos soldados, arregaçaram as saias e gritaram: “Tudo isto lhes pertence se passarem para a Revolução”.

Os cavaleiros estacaram finalmente, embora ainda não emtissem o brado antes exigido. Foi a hora em que uma lourinha, contando no máximo 17 anos, iniciou em plena rua uma dança que, em suas memórias, nos é retratada por uma testemunha ocular da cena, J. B. Prérion:

“Pusera os seios para fora do corpete e os apoiara sobre as mãos espalmadas, enquanto saracoteava com a arte consumada de uma puta. No momento seguinte o resto do bando se precipitou sobre a loura, arrancou-lhe as saias e, expondo completamente à vista dos cavaleiros enrubescidos o corpo mais sedutor que se possa imaginar, gritaram: se quiserem abocanhar, gritem primeiro morte ao rei!”

Seria impossível relatar o que se seguiu. Resultou, no entanto, que o comandante do destacamento, arroxeado e próximo de um ataque cardíaco, fosse o primeiro a balbuciar mort au roi, depois do que a tropa inteira, com todas as armas, bandeou-se para a Revolução.

Apud História da Prostituição, Lujo Bassermann