¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sexta-feira, janeiro 18, 2013
 
PARA CTGs, SER GAÚCHO
É UM LUXO PARA RICOS



Escreve um leitor:

- Tche Janer: não te güento. Queres cuspir nas tuas origens é problema teu. Mas o que tu ganhas em tentar denegrir o Rio Grande e todas tradições que lá são cultuadas? Basta que tu dias que nasceste na França ou em algum país escandinavo. Não teve um vivente por aí que escreveu: "Infeliz do povo que renega suas tradições"?

E aqui reside o problema: as tradições apregoadas pelos CTGs nunca existiram. Foram criação da mente de alguns intelectuais, sedentos de poder cultural, que criaram um personagem que nunca existiu com danças e adereços que nunca teve. Se alguém quer ter uma idéia do que foi o gaúcho, busque as antigas ilustrações de Fierro. Se conseguir imaginar Fierro vestindo camisa de tricoline, viscose, linho ou vigela, microfibra não transparente ou oxford, bom, então você já foi definitivamente doutrinado pelos CTGs. Isto explica porque os cetegistas ignoram Hernández: o poeta argentino é a negação mais cabal de suas fanfarronadas.

Não denigro o Rio Grande do Sul. O texto citado não é meu, companheiro. As diretrizes são do movimento tradicionalista gaúcho. Não é todo o Rio Grande do Sul que admite tal embuste. Se alguém denigre o Rio Grande do Sul, fazendo do gaúcho um palhaço, são os cetegistas. De minha parte, guardo uma terna lembrança daqueles homens rudes e taciturnos de meus dias de criança. Que se sentiriam até intimidados se um dia pusessem os pés nos bailes de CTG.

Escreve outro leitor:

- CTGs são clubes regrados, a aceitação depende de respeitar regras. Aceita quem quer! Quem não quer pode perder tempo criticando.

De fato, clube aceita quem quiser aceitar. O que não pode é um clube assumir a identidade do gaúcho e dela excluir quem é pobre. Haja alambre – como se dizia lá fora – para pagar o enxoval de gaúcho. O que os CTGs estão arrogantemente afirmando é que pobre não é gaúcho. Ser gaúcho é luxo de endinheirados.

De brinde, ofereço as pilchas das prendas, o que já multiplica por dois os gastos de uma família.

II - PILCHA FEMININA

a) SAIA E BLUSA OU BATA: 1) Saia: com a barra no peito do pé, godê, meio-godê ou em panos. 2) Blusa ou bata: de mangas longas, três quartos ou até o cotovelo (vedado o uso de “boca de sino” ou “morcego”), decote pequeno, sem expor os ombros e os seios, podendo ter gola ou não. 3) Bordados e pinturas: se utilizados, devem ser discretos. As pinturas com tintas para tecidos. 4) Tecidos: lisos. Nas Blusas ou batas, mais encorpados. 5) Cores: escolher cores harmoniosas e lisas, esquecendo as cores fortes, proibidas as cores berrantes e fosforescentes. 6) Cuidados: Nas apresentações artísticas, o traje feminino deve representar a mesma classe social do homem. 7) Vedações: enfeites dourados, prateados, pinturas à óleo e purpurinas.

b) SAIA E CASAQUINHO: 1) Saia: com a barra no peito do pé, godê, meio-godê ou em panos. 2) Casaquinho: de mangas longas (vedado o uso de mangas “boca de sino” ou “morcego”), gola pequena e abotoado na frente. 3) Bordados e pinturas: se utilizados, devem ser discretos. As pinturas com tintas para tecidos. 4) Tecidos: lisos. Nas Blusas ou batas, mais encorpados. 5) Cores: escolher cores harmoniosas e lisas, esquecendo as cores fortes, proibidas as cores berrantes e fosforescentes. 6) Cuidados: Nas apresentações artísticas, o traje feminino deve representar a mesma classe social do homem. 7) Vedações: enfeites dourados, prateados, pinturas à óleo e purpurinas. 8) Roupa de época: a saia deve ser lisa. O casaquinho poderá ter bordados discretos.

c) VESTIDO: 1) Modelo: Inteiro e cortado na cintura ou de cadeirão ou ainda corte princesa com barra da saia no peito do pé, corte godê, meio-godê, franzido, pregueado, com ou sem babados. 2) Mangas – longas, três quartos ou até o cotovelo, admitindo-se pequenos babados nos punhos, sendo vedado o uso de “mangas boca de sino” ou “morcego”. 3) Decote – pequeno, sem expor ombros e seios. 4) Enfeites – de rendas, bordados, fitas, passa-fitas, gregas, viés, transelim, crochê, nervuras, plisses, favos. É permitida pintura miúda, com tintas para tecidos. Não usar pérolas e pedrarias, bem como, os dourados ou prateados e pintura a óleo ou purpurinas. 5) Tecidos - lisos ou com estampas miúdas e delicadas, de flores, listras, petit-poa e xadrez delicado e discreto. Podem ser usados tecidos de microfibra, crepes, oxford. Não serão permitidos os tecidos brilhosos, fosforescentes, transparentes, slinck, lurex, rendão e similares. 6) Cores – devem ser harmoniosas, sóbrias ou neutras, evitando-se contrastes chocantes. Não usar preto, as cores da bandeira do Brasil e do RS (combinações) 7) Na categoria mirim: não usar cores fortes (ex: marrom, marinho, verde escuro, roxo, bordô, pink, azul forte).

d) SAIA DE ARMAÇÃO: 1) Modelo: Leve e discreta, se tiver bordados, estes devem se concentrar nos rodados da saia, evitando-se o excesso de armação. 2) Cor: branca. 3) Comprimento: deve ser inferior ao do vestido.

e) BOMBACHINHA: 1) Modelo: de tecido, com enfeites de rendas discretas. 2) Cor: Branca 3) Cumprimento: abaixo do joelho, sempre mais curta que o vestido.

f) MEIAS: 1) Cor: branca ou bege 2) Cumprimento: longas o suficiente para não permitir a nudez das pernas.

g) SAPATOS e BOTINHAS: 1) Cores: preta, marrom (vários tons de marrom) e bege. 2) Salto: de até 5 centímetros. 3) Modelo: com tira sobre o peito do pé, que abotoe do lado de fora. 4) Vedações: proibido o uso de sandálias e sapatos abertos.

h) CABELOS: 1) Arrumação: podem ser soltos, presos, semi-presos ou em tranças. Para prendas adultas e veteranas é permitido o coque. 2) Enfeites: com flores naturais ou artificiais, pequeno passador (travessa) para prendas adultas e juvenis. 3) Vedação: vetados os brilhos, purpurinas e peças de plástico.

i) MAQUIAGEM: Discreta, de acordo com a idade e o momento social.

j) JÓIAS: 1) Cuidados: devem ser sempre discretas, de acordo com a idade, a classe e o momento social. 2) Uso da pérola: São permitidas as jóias e semi-jóias com uso de pérolas, nas cores branco, rosado, creme e champanhe, nos brincos, anéis e camafeus. 3) Uso de Pedras: permitido, desde que sejam discretas.

k) OBSERVAÇÕES: 1) A Categoria Mirim (masculino e feminino) usará pilcha de acordo com o que prescreve o “Livro de Indumentárias”, editado pelo MTG. 2) Nas apresentações artísticas, o traje feminino deve representar a mesma classe social e a mesma época retratada na indumentária do homem.