¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sexta-feira, janeiro 17, 2014
 
VIÚVAS SAUDOSAS DO KREMLIN SONHAM
RESSUSCITAR FINADA LUTA DE CLASSES



A respeito de minha crônica sobre a nova praga urbana, me escreve um leitor:

“Que artigo absurdamente preconceituoso, elitista e raso. Por favor, os jovens que estão fazendo o chamado rolezinho não estão protestando contra o consumo,pelo contrário, estão justamente tentando interagir com as melhores lojas, que vendem as marcas que eles cobiçam. Colocar acima de tudo a balança comercial e o sossego das classes mais favorecidas é seguir com a política de ignorar a desigualdade e a injustiça social do nosso país. Todos têm o direito de frequentar um local público, mas é mais fácil deixar os pobres, os feios, escondidos nas favelas. Ok, depois não reclame quando encontrar um deles no sinal. Não existe a conotação de guerra ao consumo, novamente digo, pelo contrário, eles estão indo ao shopping com suas melhores roupas, tentando mostrar poder de consumo, algo que lhes é renegado desde sempre. Ainda bem que o senhor pertence a uma geração em extinção, pois este tipo de pensamento é justamente o que impede que tenhamos uma real critica e evolução em relação aos nossos problemas sociais. Na minha opinião, vergonhosa manifestação a sua, com todo respeito".

Ora, nunca foi proibida a entrada de pobres num shopping. Podem entrar, sair, passear e comprar o que quiserem, se tiverem dinheiro para tanto. O que não podem é fazer arruaça, e é o que estão fazendo. A imprensa tem sido cúmplice nos tais de rolezinhos, passando a mão na nuca dos “jovens”. Eles encontraram uma fórmula eficaz para fazer baderna, que não será fácil contornar.

“Eles estão indo ao shopping com suas melhores roupas, tentando mostrar poder de consumo, algo que lhes é renegado (sic!) desde sempre”. Acho que você quis dizer negado. Poder de consumo não se nega. Se tem ou não se tem. Tem poder de consumo quem trabalha e ganha pelo menos razoavelmente.

Ou o leitor pretende que as roupas de grife caiam dos céus? As justificativas para a baderna estão sendo assumidas pelas esquerdas, e só podem ser assumidas a partir de uma mentira, a de que negros são barrados nos shoppings. Vejo negros entrando e saindo dos shoppings, outros trabalhando nesses, e nunca tive notícias de qualquer proibição à entrada de negros.

Só agora, com o surgimento das badernas, negros estão sendo interpelados. Afinal, quem atesta que negros constituem boa parte dos bagunceiros, é nada menos que o prefeito petista, Fernando Haddad. Que escalou o secretário da Igualdade Racial, Netinho de Paula, para dialogar com organizadores dos eventos nos shoppings.

Luciana Genro, saudosa dos bons tempos da URSS, ressuscita a luta contra o capitalismo:

“Eu detesto shopping. Só vou por causa dos cinemas. Não é por uma questão ideológica, eu simplesmente me sinto mal com aquele apelo ao consumo desenfreado, inclusive dos vendedores que sempre querem te empurrar alguma coisa mais, desesperados para aumentar seu mísero salário com as comissões de venda. E o shopping é o templo do capitalismo, justamente por causa deste apelo. Consumir é vital, pois no capitalismo tudo é mercadoria (inclusive a força de trabalho do ser humano). Mas é somente na troca (compra e venda) que o valor das mercadorias se realiza. Paradas elas não valem nada. Por isso a busca permanente por criar novidades e gerar necessidades. O que temos tem que se tornar obsoleto para que sejamos compelidos a consumir, realizar o valor das mercadorias, e assim fornecer combustível para o capitalismo”.

Para a agitprop do PSOL, paradas as mercadorias não valem nada. “Por isso a busca permanente por criar novidades e gerar necessidades”. E gerar empregos, esqueceu a moça. Por supérflua que seja uma necessidade, na outra ponta gera trabalho. Perturbar o comércio dos shoppings é ameaçar o emprego de milhares de pessoas que neles encontram seu sustento.

“Mas para que a troca seja possível é preciso a igualdade jurídica. No escravismo, por exemplo, a troca era algo excepcional e a desigualdade entre os indivíduos era parte essencial das relações sociais. Não era preciso igualdade, ao contrário, a sociedade era movida a chibatadas. Neste sentido o capitalismo foi uma evolução tremenda. Com a generalização da troca a igualdade tornou-se um imperativo, pois é necessário que eu reconheça no outro um igual para que possa com ele trocar”.

Como se um lojista precisasse reconhecer alguém como igual para vender-lhe algo. Comerciante vende para quem puder pagar, seja rico, seja pobre. Dinheiro não tem cor nem cheiro. Jamais tive notícias de alguém se recusando a vender a um pobre. E consumir é vital, sim senhora! Ou Luciana ainda não recebeu notícias do desmoronamento daqueles regimes onde o consumo praticamente inexistia, devido à falta de dinheiro ou de objetos de consumo?

Outra a mentir descaradamente foi a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros (PT), que acusa a polícia e os frequentadores de shoppings de discriminar jovens negros nos "rolezinhos".

"As manifestações são pacíficas. Os problemas são derivados da reação de pessoas brancas que frequentam esses lugares e se assustam com a presença dos jovens." Para ela, a liminar que autorizou os shoppings a barrar clientes "consagra a segregação racial" e dá respaldo ao que a PM "faz cotidianamente": associar negros ao crime.

Como se a liminar - que aliás restará inútil – interditasse a entrada de negros em qualquer shopping. Acusasse alguém os negros que ora invadem shoppings, seria imediatamente processado como racista. Dona Luiza acusa tranquila – e impunemente - os brancos. Diga-se de passagem, não é de hoje que o PT manifesta uma postura racista.

Em outubro de 2011, Marta Suplicy, ministra da Cultura, lançou editais para beneficiar apenas produtores e criadores negros. "É para negros serem prestigiados na criação, e não apenas na temática. É para premiar o criador negro, seja como ator, seja como diretor ou como dançarino", disse então a ministra à Folha de São Paulo. A decisão foi tomada em reunião em Brasília com esta mesma senhora, a ministra Luiza Bairros. Estranha igualdade racial que excluí brancos e mulatos da participação nos editais e agora defende as bagunças de negros nos shoppings. Não me confunda o leitor com racistas como Haddad ou a Bairros. Quem está definindo as invasões como sendo de negros, são estes dois próceres do PT. Pelo que vejo na imprensa, brancos também participam das invasões.

Nada de espantar, afinal o racismo foi oficializado dia 26 de abril daquele ano, seis meses antes dos editais do Minc, quando a suprema corte judiciária do país o legalizou, por unanimidade, no país. Naquela data, o STF revogou, com a tranqüilidade dos justos, o art. 5º da Constituição Federal, segundo o qual todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza. A partir de então, tornou-se legal a prática perversa instituída por várias universidades, de considerar que negros valem mais do que um branco na hora do vestibular. Parafraseando Pessoa: constituições são papéis pintados com tinta. Que podem ser rasgados ao sabor das ideologias.

Alvíssaras! Ainda há esperanças. Os velhos – e jovens – comunossauros continuam sonhando com aquela sociedade onde não há consumo. Nem empregos.