¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV
Email
janercr@terra.com.br
Tiragem
Janer Cristaldo escreve no Ebooks Brasil Arquivos outubro 2003 dezembro 2003 janeiro 2004 fevereiro 2004 março 2004 abril 2004 maio 2004 junho 2004 julho 2004 agosto 2004 setembro 2004 outubro 2004 novembro 2004 dezembro 2004 janeiro 2005 fevereiro 2005 março 2005 abril 2005 maio 2005 junho 2005 julho 2005 agosto 2005 setembro 2005 outubro 2005 novembro 2005 dezembro 2005 janeiro 2006 fevereiro 2006 março 2006 abril 2006 maio 2006 junho 2006 julho 2006 agosto 2006 setembro 2006 outubro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 fevereiro 2007 março 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 outubro 2007 novembro 2007 dezembro 2007 janeiro 2008 fevereiro 2008 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 agosto 2008 setembro 2008 outubro 2008 novembro 2008 dezembro 2008 janeiro 2009 fevereiro 2009 março 2009 abril 2009 maio 2009 junho 2009 julho 2009 agosto 2009 setembro 2009 outubro 2009 novembro 2009 dezembro 2009 janeiro 2010 fevereiro 2010 março 2010 abril 2010 maio 2010 junho 2010 julho 2010 agosto 2010 setembro 2010 outubro 2010 novembro 2010 dezembro 2010 janeiro 2011 fevereiro 2011 março 2011 abril 2011 maio 2011 junho 2011 julho 2011 agosto 2011 setembro 2011 outubro 2011 novembro 2011 dezembro 2011 janeiro 2012 fevereiro 2012 março 2012 abril 2012 maio 2012 junho 2012 julho 2012 agosto 2012 setembro 2012 outubro 2012 novembro 2012 dezembro 2012 janeiro 2013 fevereiro 2013 março 2013 abril 2013 maio 2013 junho 2013 julho 2013 agosto 2013 setembro 2013 outubro 2013 novembro 2013 dezembro 2013 janeiro 2014 fevereiro 2014 março 2014 abril 2014 maio 2014 junho 2014 julho 2014 agosto 2014 setembro 2014 novembro 2014 |
terça-feira, dezembro 27, 2005
EXPULSEM O CRISTALDO Janer Cristaldo e Cristo enviada em 26/12/2005 Por favor, expulsem o Janer Cristaldo do MSM já. Ele blasfema muito. Sou leitor desse jornal há tempos, e recomendei a muitos amigos meus. Sou evangélico (Igreja Batista) e não suporto a falta de respeito com que ele trata Jesus. Acreditem, da próxima vez em que ler algo desse homem neste sítio, fugirei. Sumirei. Não darei mais meu tempo ao Jornal, que reputo como o melhor do país e o que tem o homem mais inteligente do país, o sr. Olavo de Carvalho. Obrigado. Marcelo Henrique domingo, dezembro 25, 2005
POBRES ALMAS! Leio, na última sexta-feira, no MSM, artigo intitulado "PROTESTO - sobre um artigo do Mídia Sem Máscara (A Cruz e a Toga)", de autoria de Dom Lourenço Fleichman, em resposta a artigo meu publicado dia 10 de setembro. Ora, o artigo do prelado já foi duas vezes publicado. Uma vez em site que já não lembro, e outra neste blog, em postagem de 14 de outubro. Eu o respondi, no MSM, em 24 de outubro. Como curta é a memória das gentes, segue de novo a resposta. ------------ Dom Lourenço Fleichman, OSB, em duas frases comete uma série de equívocos: Cristaldo "só pensa em Deus, só fala de Deus, mas sempre com o sinal negativo. Onde esse mesmo Deus fala de Amor, Cristaldo distila (sic!) o ódio. Onde Deus fala da Verdade, Cristaldo prefere a duplicidade religiosa. Hoje, Cristaldo cospe na Cruz de Nosso Senhor e enaltece outras religiões para contrapor ao catolicismo. Mas não deixa de dormir por ontem ter cuspido nessas mesmas religiões que hoje utiliza contra Cristo". Ora, raras vezes escrevo sobre Deus, e se desta vez escrevi, foi para comentar a polêmica em torno à cruz. Mais uma vez, o frei empunha o argumento do ódio, esse argumento tão ao gosto do PT quando se sente criticado. Diz ainda o frei que enalteço outras religiões para contrapor ao catolicismo. Pelo jeito, o frei não costuma ler meus artigos. Nunca enalteci religião alguma. Abomino-as todas. "Porque não cita os documentos papais ordenando a tortura, a fogueira? - pergunta Dom Lourenço. - "Porque não cita algum livro, alguma frase tirada da boca dos santos católicos determinando que se mate para espalhar o cristianismo?" Ora, já os citei sobejamente em crônicas anteriores. A começar pela Bíblia, onde Jeová, além de exterminar a vida na terra - salvando Noé e seu zoo - incita a todo momento o povo eleito a exterminar seus inimigos. As passagens do Livro ordenando o massacre e o genocídio são inúmeras e citá-las seria monótono. A Inquisição é criada pela bula Licet ad Capiendos, do Papa Gregório IX, em 20 de abril de 1233. Com a bula Ad Extirpanda, em 1252, o Papa Inocêncio IV institucionaliza o Tribunal da Inquisição e autoriza o uso da tortura. Irá persistir até o século XIX, na Espanha. Com o Directorium Inquisitorum ou Manual dos Inquisidores, em bom português, de 1578, do frei dominicano Nicolau Eymerich e ampliado pelo também frei dominicano Francisco de la Peña, são definidas juridicamente as circunstâncias da tortura. Tal defesa da tortura, feita em documento escrito, nem nazistas ou comunistas ousaram produzir. Isso sem falar no Malleus Maleficarum, dos monges dominicanos Jacobus Sprenger e Heinrich Kramer, de 1486, que se tornou o manual indispensável e autoridade final da Inquisição, para todos os juízes, magistrados e sacerdotes, católicos e protestantes, na luta contra a bruxaria na Europa. Os documentos são muitos. Se Dom Lourenço quiser mais detalhes, eu o remeto à Historia Criminal del Cristianismo, de Karlheinz Deschner, 10 volumes, Barcelona, Ediciones Martinez Roca, S.A. "O aborto, o divórcio, o casamento de homossexuais não é proibido pela Igreja, como pensa Cristaldo. É proibido pela natureza do homem e da sociedade humana", prossegue Dom Lourenço. Pelo que me consta, a tal de natureza humana até hoje não baixou bula proibindo tais práticas. Quanto à sociedade humana, esta desde há muito vem produzindo leis que descriminalizam o aborto, o divórcio e o casamento de homossexuais. Aliás, homossexualismo é a busca de puro prazer, não maculado pelos acidentes da concepção. Ou alguém pretende que não haja prazer no homossexualismo? Se é bom e não prejudica ninguém, que mal tem? (...) "Rezo a Deus para que no dia da sua morte ele já não deseje mais, como escreveu, um triste velório sem Deus, sem Cristo, sem a Santa Esperança" - me deseja Dom Lourenço. Vamos devagar, caríssimo. Ou você pretende impedir um homem de morrer como lhe agrada? Desde meus verdes anos, dispensei Deus, Cristo e a tal de Santa Esperança. Foi um renascer. Desde então, tenho vivido meus dias em plena paz, comigo e com meus sentidos. -------- Esta foi minha resposta, publicada há dois meses, ao artigo republicado há três dias. Deixa pra lá. Vamos a assuntos mais importantes, aqueles que realmente dizem respeito à humanidade e seu futuro. Na dia 01 de dezembro, o jornal espanhol El País parece ter sido o único a dar espaço a uma notícia de vital importância para o gênero humano. Os bebês não batizados irão do limbo ao céu Depois de 700 anos, teólogos do Vaticano recomendarão nesta sexta-feira ao papa Benedito XVI dar formalmente um fim à idéia de limbo, o lugar para o qual vão, segundo as crenças católicas, as almas das crianças que morreram sem serem batizadas. Conforme a proposta, essas crianças irão direto ao paraíso graças à "infinita misericórdia de Deus". Segundo a doutrina do pecado original, todo ser humano nasce com folha corrida. Sem batismo, nada de paraíso. Santo Agostinho considerava que os bebês não batizados iam direto ao inferno, embora tenha ressalvado que seu sofrimento seria de alguma forma mitigado. O Concílio de Cartago, do ano 418, negou a estes bebês a felicidade eterna. A Comissão Teológica Internacional (CTI) - colegiado composto de uma trintena de teólogos católicos - por sua vez, recomenda abolir a noção de limbo de todo o ensino do catecismo católico. Já em outubro de 2004, Sua Santidade o papa João Paulo II considerava o tema de "máxima importância" e pedira à CTI que elaborasse "uma maneira mais coerente e ilustrada" de descrever, dentro da ortodoxia católica, o destino dos bebês mortos em inocência. Mas o problema não é assim tão simples. Para os teólogos, existe um duplo limbo. Primeiro, existe o limbus patrum, para onde vão os justos, como Abraão e Moisés, que viveram antes do Cristo. Segundo, o limbus parvulorum ou limbus infantium, onde ficam os bebês mortos sem batismo. Como carregam a culpa do pecado original mas não cometeram pecados pessoais, não podem ser premiados com o céu nem castigados com o inferno. Se a CTI liberar o paraíso para os ocupantes do limbus parvulorum, resta a decidir-se qual será o destino dos milhões de almas do limbus patrum. Assim sendo, todos os justos que precederam Cristo passam a constituir um considerável contingente de sem-paraíso. Pobres almas! Que Sua Santidade delas se apiade! NATAL DESTRÓI PRAÇAS Há anos não consigo ver as praças européias em todo seu esplendor. É que gosto de frio e viajo geralmente em fim de ano. Quando aqueles espaços belíssimos como a Plaza Mayor, de Madri, a Piazza Navona de Roma, a Grand Place, de Bruxelas, são tomadas por uma camelotagem mais sofisticada, as malditas feiras de Natal. Os quiosques tomam todo o espaço livre e as praças desaparecem. Em Barcelona, costumo hospedar-me no Bairro Gótico. Aos sábados, eu tinha um compromisso inadiável: ir até a praça da Catedral e entrar numa roda de sardana. Sempre me fascinou aquela manifestação espontânea de dança, em que gentes do mundo todo, que jamais se viram, se dão as mãos e dançam como se fossem amigos desde séculos. Num destes sábados passados, corri até a praça. Que praça? Não existia mais praça, apenas uma espécie de mercado árabe, onde os quiosques vendiam presépios, santinhos e outras quinquilharias natalinas. (Curiosidade catalã: nos presépios há uma figura exótica, el caganer. É um menino que discretamente se agacha num canto do presépio, para fazer suas necessidades). Todos os natais, os católicos investem contra a fúria consumista dos cidadãos. Mas quando querem vender seus peixes, não se preocupam em destruir os mais belos espaços europeus. Como o caganer, sujam todas as praças. sábado, dezembro 24, 2005
NATAL NO PAQUISTÃO Pai degola quatro filhas para "lavar sua honra" Sábado, 24 de dezembro de 2005, 14h01 AFP - Um pai de família degolou hoje no Paquistão suas quatro filhas enquanto elas dormiam. Ele queria lavar a sua honra depois que a mais velha das moças decidiu casar por amor. "O homem se apresentou na delegacia depois de ter matado as quatro filhas", declarou o oficial da polícia Mukhtar Iqbal Tikka. Nazeer Ahmed, operário na cidade de Burewala (a 110 quilômetros de Multan, leste do Paquistão), nunca aceitou que a primogênita se casasse com o homem que ela havia escolhido. O pai de família resolveu matar as outras filhas para evitar que estas seguissem o exemplo da primeira, segundo a Polícia. Ahmed declarou que a sua filha mais velha, Muqadas Bibi, 25 anos, se casou apesar da sua proibição e que o matrimônio sujou a honra da família. As irmãs de Muqadas Bibi tinham 6, 8 e 12 anos. quinta-feira, dezembro 22, 2005
CARTA DO LUIZ AO MSM Prezado Sr Olavo, Mesmo não gostando muito dos seus artigos e opiniões, leio seus ensaios e, certamente aprendo muito com eles. Entretanto, fiquei surpreso ao ver escritos seus fazendo clara tentativa de censura às opiniões do Janer Cristaldo. Gosto muito dos ensaios do Janer, quase sempre assino-os embaixo. Lamentável que o Sr tenha gasto sua pena censurando o vibrante articulista. Conteste-o, argumente contra, polemize. Uma boa polêmica é sempre construtiva. Mas por favor, Sr Olavo, não queira tolher as opiniões diferentes das suas. Cordialmente, Luiz Almeida RESPOSTA DO MSM AO RENAN Sr. Janer, Pelo visto, o pessoal do MidiasemMascara nao gostou de meu elogio ao Sr, veja só o que me mandaram: "Prezado Sr. Renan: Infelizmente o sr. continua não conseguindo entender o que lê, o que talvez já seja um caso de "paralaxe cognitiva", e não apenas de semi-alfabetização. Como o MOBRAL não mais existe, não temos como ajudá-lo de maneira mais profunda, mas por favor, tente entender o seguinte: Uma coisa é criticar o que a outra pessoa escreve, com argumentos, sem pedir a sua censura ou divergir dela pelo simples fato d'ela exercer seu livre direito de crítica, que foi exatamente o que o Sr. Carvalho fez; outra, bem diferente, é IMPEDIR QUE ELA CRITIQUE, que foi exatamente o que o sr. entendeu ter lido, e a partir de tal premissa, enviou seu e-mail absurdamente confuso." Respondi, entao, que entendi muito bem o que li e que havia apenas elogiado a resposta do sr. a crítica (desrespeitosa) feita pelo sr. Olavo, principalmente, pelo fato do sr. Olavo ter criticado uma censura ao livro que desrespeita e ofende aquela religião, seguida por muitos aqui no Brasil, mas achou um absurdo as críticas feitas pelo sr. ao Cristianismo e Judaísmo... E que nem mesmo o sr. havia entendido tal incoerencia, perguntando eu então se o sr, assim como eu, era semi-analfabeto, ja que não compreendia essa incoerencia. Ainda não me responderam... Meus parabéns mais uma vez, sr. Janer, pela resposta precisa e respeitosa ao sr. Olavo. Cordialmente, Renan terça-feira, dezembro 20, 2005
AINDA SAFIRA Olá Em primeiro lugar, gostaria sinceramente de saber com quem estou falando. Não tenho muito tempo para análises profundas de threads, apenas enviei um voto de repúdio pela matéria. Justifico meu voto, então, já que ainda não me fiz entender: Fiz uma entrevista com o Sr Janer Cristaldo na Caneca na Rede, do Orkut, onde, pelas minhas perguntas, qualquer cidadão ou cidadã esclarecida perceberá que sou isenta de passionalismos, entrevista esta em que cito O MSM. Se o senhor Olavo de Carvalho observar, na entrevista fiz questionamentos justamente dirigidos à linha (principalmente política) editorial da MSM, e obtive respostas bastante sérias, lúcidas e isentas do Janer. Segue daí que simplesmente não entendi qual foi o propósito de Olavo de Carvalho, filósofo, escritor, jornalista e editor da MSM, ao atacar publicamente um colega de trabalho também filósofo formado, escritor e jornalista. Como explicar sua contradição explícita, Senhor Olavo, se compararmos sua crítica às idéias de Janer Cristaldo com o texto escrito 2 dias antes, sobre a atitude de um juiz que proibiu um livro de Edir Macedo, onde este ataca a umbanda e o candomblé? Em suma, o Sr. Olavo de Carvalho defende Edir Macedo (um proxeneta da "fé" evangélica) contra as arbitraridades cometidas por um juiz, em nome da "liberdade de expressão" ateísta, deísta, panteísta, etc., e, em seguida, ataca Janer Cristaldo pelos seus textos anti-teístas, deístas, panteístas, etc. Ora, Sr. Olavo, como se explicam estes 2 pesos e 2 medidas? Acho que nós, leitores da MSM, merecemos, no mínimo, além de respeito à nossa inteligência, uma satisfação por esta atitude vinda de um jornal eletrônico que se pretende ser respeitado. Leitores querem ler idéias, argumentos bem postos, informações bem articuladas, e não "briguinhas" entre os membros de uma mesma organização midiática. Seria interessante, por exemplo, ver William Bonner atacando as idéias de Arnaldo Jabor ou vice-versa em pleno JN, não acham? É este o jornalismo sério que pretendem? Sou anti-petista, hoje, e acho que a MSM presta um serviço jornalístico inigualável aos seus leitores, muito embora não concorde com certas teorias conspiracionistas e este apego ao Divino. Mas de resto, gosto do trabalho de todos no sentido de alertar a população para o perigo de uma possível cubanização (ou venezuelismo hoje) do país. Por isto, e tão somente por isto, dirigi-me ao jornal, porque um racha agora entre seus articulistas seria um prato cheio para ser utilizado pelos adeptos internautas do atual governo. É isto, Sr. Olavo de Carvalho. Por favor, aqui vai um pedido que, espero, seja atendido. Poste este direito de resposta na seção cartas de vcs e, por mim, dou por encerrada a polêmica. Grata Safira Hermes de Oliveira -------------------- Prezada Sra. Safira: Infelizmente, a sra. continua sendo pouco lúcida em sua análise, tudo na ânsia de defender seu ponto de vista e o colunista Janer Critaldo. "Brincar de Deus", por exemplo, é uma frase bem pouco séria no contexto do assunto, pois o colunista Olavo de Carvalho não fez outra coisa que não fosse exercer seu direito de crítica, mas isso pelo jeito a sra. não aceita, como se Janer Cristaldo tivesse algum tipo de "salvo contudo" no MSM, para escrever o que deseja, e nunca ser contradito. Não nos lembramos de a sra. ter enviado e-mails agressivos quando o Sr. Cristaldo fez severas críticas contra religiões sob bases bem pouco sólidas, e mesmo assim seus artigos foram publicados por este site, muitas vezes como manchetes. Agora, de maneira absolutamente contraditória, a sra. coloca o colunista, que é adulto e muito bem vivido, na condição de "vítima", como se fosse um criança alvo de alguma trama sórdida, e não estivesse simplesmente no meio de um debate franco, onde o público terá acesso a outros argumentos sobre o assunto além dos do colunista Janer Cristaldo. Sobre a resposta enviada à sra. e que foi publicada, não houve má fé alguma, pois este site reserva-se o direito de condensar as mensagens que são recebidas e as respostas enviadas, ou mesmo não publicar as respostas que envia, por motivos de espaço. Apesar disso, foi publicado um e-mail de vários parágrafos em defesa do sr. Janer Cristaldo, cujo conteúdo ao contrário das mensagens da sra., se pautou pela objetividade e ponderação, sem passionalismos infantis. Atenciosamente, Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA. MENSAGEM DE ALCION Sobre Maimônides, Franceses e "franceses". Como sempre brilhante. Siga em frente e lembre-se que: Ser grande... isso atrai o ódio dos medíocres, mas ser enorme... isso atrai o ódio de (quase) todos. Alcion Castelo Branco segunda-feira, dezembro 19, 2005
A MENSAGEM DE VERENA Primeiro fiquei chocada pelo termos desrespeitosos utilizados pelo Sr. O. de Carvalho em seu ataque histérico contra o Sr. Cristaldo. Poderia ter sido o início de um bom debate construtivo baseado em FATOS como o Sr.Cristaldo costuma apresentar em seus artigos, sempre bem respaldados por FATOS, sempre apresentando lógica, clareza, racionalidade, sem as ladainhas piegas da hipocrisia do politicamente correto, algo que o Sr. Carvalho poderia aprender para expressar melhor seu entendimento sobre fatos. "Irrespondível" é este textozinho agressivo e chulo do Sr. Carvalho a um escritor competente como o Sr. Cristaldo que escreve apenas VERDADES, nuas e cruas como deve ser o MORALMENTE correto, não precisando se curvar à cristãos, judeus, islâmicos e nem a Deus, que chama Seus seguidores de "ovelhas" e não de "burros", tanto que lhes deu cérebro e livre arbítrio (o que é bem discutível já que somos ameaçados com morte se não vivermos exatamente o que ordena como os ditadores, mas fingimos que acreditamos até porque não é este o assunto agora). PARABÉNS, SR.CRISTALDO!!! CONTINUE EXPONDO AS VERDADES RACIONALMENTE!!! DOA A QUEM DOER!!! Verena Italy A GENTIL RESPOSTA DO MSM Prezada Sra.: Gratos pelo seu contato. Quer dizer então que quando o sr. Cristaldo é contrariado é "falta de educação" e acontece "desprezo pelos fatos"? Interessante sua linha de raciocínio. Antigamente isso se chamava sofismo e parcialidade, caso a sra. não saiba. Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA. MENSAGEM DO LEONIO O Senhor Olavo de Carvalho é um homem culto,sem dúvida. Eu, que não o sou, jamais teria a petulância de discordar dele nesse particular. No entanto, vez por outra, dá sinais de que não é inteligente. Embora tenha o cérebro recheado de conhecimentos lhe falta algo. È intrigante que um homem que discorre com propriedade sobre História, filosofia, artes,literatura num momento, noutro, tacanho e dogmático, enalteça papas e discorra sobre os mistérios da Santíssima Trindade, por exemplo. Lembro-me de Krishnamurti que declarava que nosso EU não é uno. Somos habitados por várias personas, produtos da experiência nossa e dos nossos ancestrais. No senhor OC habita um sábio e um jumento,com certeza. Responda-lhe os insultos, Senhor Janer, responda por favor. Seria o artigo da década. Seu admirador Leonio Souto Ribeiro MENSAGEM DO BOB Cristaldo, Não sei porque você ainda insiste na companhia deste pessoal dos Astrólogos de Maria. Este Olavo e sua turminha são os maiores embustes que já apareceram na última década. Você tem luz própria não precisa deles para absolutamente nada, acredite. Quem viver, verá. Boas festas e feliz ano novo. BobLaranja. MENSAGEM DE RENAN Sr Janer, Gostaria de parabenizá-lo pelos brilhantes artigos que vem escrevendo, mas quero parabenizar mais ainda pelo primeiro parágrafo deste último artigo intitulado de "Franceses e "franceses"". Sua resposta ao sr. Olavo foi perfeita e serviu para mostrar o quanto o radicalismo e a prepotência deste sr. o levam a incoerência. Na concepção dele, pode-se criticar tudo, menos aquilo que ele nao quer, ou melhor, menos o que ele acredita ser "certo", algo como: respeitem somente a religião e as ideologia do sr. Olavo, por que ele é o dono da verdade, o resto pode-se esculachar a vontade.... No artigo dele, com um humorzinho nefasto, maquiando a arrogância, ele tentou chamá-lo de burro, simplesmente por criticar o Cristianismo e Judaísmo (como o sr. mesmo diz, religião de brancos ricos), mas o sr, com precisão e respeito, mostrou a monstruosa incoerência deste sr. Parabéns mais uma vez. Respeitosamente Renan Lima EDUCADA RESPOSTA DO MSM Prezado Sr. Renan: Infelizmente o sr. continua não conseguindo entender o que lê, o que talvez já seja um caso de "paralaxe cognitiva", e não apenas de semi-alfabetização. Como o MOBRAL não mais existe, não temos como ajudá-lo de maneira mais profunda, mas por favor, tente entender o seguinte: Uma coisa é criticar o que a outra pessoa escreve, com argumentos, sem pedir a sua censura ou divergir dela pelo simples fato d'ela exercer seu livre direito de crítica, que foi exatamente o que o Sr. Carvalho fez; outra, bem diferente, é IMPEDIR QUE ELA CRITIQUE, que foi exatamente o que o sr. entendeu ter lido, e a partir de tal premissa, enviou seu e-mail absurdamente confuso. MENSAGEM DO BARBOSA Eu também não entendi o Olavo nesse texto de 16/12. Eu não compartilho do seu ateísmo, mas acho as críticas relevantes. Apesar dos avanços óbvios gerados pela cultura judaico-cristã, seria burrice fechar os olhos para os problemas gerados por essa mesma cultura. As inconsistências entre o que se prega e o que se fala são demasiado claras para não serem comentadas. O Olavo deve ter ficado incomodado com alguma crítica sua e resolveu fazer o comentário dele. É direito seu e direito dele. Liberdade de expressão sempre! Abraço! O. Barbosa MENSAGEM DE EDUARDO Saudações sr. Janer Acompanho regularmente seus escritos no MSM e eventualmente em seu blog. Mesmo reconhecendo a sua capacidade na arte da escrita, não concordo muito com a maneira escolhida para "bater" em certos setores da sociedade. Contudo, a forma como o sr. Olavo de Carvalho escolheu para atacá-lo, somente demonstra o quanto da sua "tolerância". Defender o direito dos ataques patéticos do canalha do Edir Macedo às religões africanas é válido. Agora quando se ataca o cristianismo ou judaísmo, baseado em escritos -- estes sim, muitas vezes de conotações odientas -, é burrice. Será que a máscara do homem caiu? Eduardo Alex MENSAGEM DE EDUARDO AO MSM E A EDUCADA RESPOSTA Saudações Parece que o sr. Olavo de Carvalho deixou cair sua máscara: tolerante somente quando a crítica é contra os aqueles qUE não se encaixam em sua visão de mundo. Como bem lembrado pelo sr. Cristaldo, Olavo de Carvalho defende a Liberdade de expressão no caso de ataques a religiões fora do padrão "santo" do cristianismo - mesmo que a crítica, como no caso de Macedo, seja de uma seriedade patética. Resposta: Contato Patético é vc, meu filho, que não escreve coisa com coisa. Uma coisa é analisar o que está ESCRITO DE FATO e outra é analisar ALGO QUE PENSA QUE ESTÁ ESCRITO, como vc está fazendo. Talvez quando crescer, pelo menos saiba escrever um e-mail onde expresse IDÉIAS e não IMPRESSÕES DEFORMADAS. domingo, dezembro 18, 2005
FRANCESES E "FRANCESES" Sexta-feira passada, escreveu Olavo de Carvalho no MSM: Cristaldo perdeu a forma justamente no momento em que decidiu dar um upgrade impossível na sua seleção de assuntos, passando dos temas terrestres aos celestes sem ter para isso nem mesmo asas de galinha. Ele lê a Bíblia ou Maimônides com uma incompreensão malévola que só se distingue da burrice completa porque esta é geralmente involuntária. Entre as várias interpretações possíveis, ele escolhe a mais imbecil e faz dela a essência das tradições religiosas milenares que deseja esculhambar, aparentemente sem notar que com isso esculhamba apenas a si próprio. Curiosamente, na quarta-feira, no JB On Line, o mesmo Olavo criticava a proibição da circulação, pelo desembargador Souza Prudente, do livro Orixás, caboclos e guias, do bispo Edir Macedo, obra que chama de demônios as entidades cultuadas na umbanda e no candomblé. Defendendo a liberdade de expressão, escrevia Olavo: O que ele (o desembargador) está dizendo é que o simples ato de falar contra uma religião atenta contra o direito fundamental de segui-la. Mas é óbvio que a liberdade de seguir qualquer religião implica, essencial e incontornavelmente, o direito de não gostar das outras e de falar contra elas. E a liberdade de ser ateu ou agnóstico implica o direito de falar contra todas de uma vez. Suprimir esse direito é suprimir aquela liberdade. Suprimi-lo em nome dela, como o faz o dr. Souza Prudente, é a apoteose do nonsense. É o ridículo politicamente correto transmutado em imposição judicial. Um tanto brusca, esta mudança de humor de quarta para sexta-feira. Quando se trata de proibir um livro que baixa a lenha nas religiões de origem africana, Olavo empunha com vigor a defesa da livre expressão. Quando se faz uma leve crítica a prestigiosas religiões de brancos ocidentais, anátema seja. Não entendi. Deixa pra lá. Vamos a assuntos mais importantes. Uma leitora, Thaís Ciamariconi, me pergunta: "Você poderia me dizer em que difere legalmente um cidadão nascido francês e outro que adquire a cidadania? Porque até onde eu sei como "brasileira analfabeta" os dois possuem os mesmos direitos e a revolução de 68 não foi mera criação da mídia..." Posso dizer sim, Thaís. Pra começar, sempre defendi a idéia de que a de revolução de 68 foi criação da mídia. Ao falar-se, em Paris, da tal de revolução, ajunta-se: pas de sang, trop de sperme. Revoluções são movimentos que modificam as estruturas sociais de um país. Fora a extinção da Sorbonne, não vi modificação alguma entre a França pré-68 e a França pós-68. A paralisação de Paris não ocorreu em função dos jovens, mas porque o PC francês - que naqueles dias ainda apitava - decidiu aderir ao movimento e decretou greve de transportes. Como naquele ano se produziram convulsões também na China e na antiga Tchecoslováquia, os jornalistas ocidentais jogaram dentro das mesmas páginas movimentos que nada tinham em comum e criaram o mito de 68. Os leitores caíram como patinhos na armadilha midiática e até hoje não falta quem ache que houve uma Revolução de 68. Já que falamos em 68, temos aqui um bom parâmetro para dizer o que legalmente difere um cidadão nascido francês e outro que adquire a cidadania. Em 68, movimento de franceses de souche, não houve dez mil carros queimados nem 200 prédios públicos ou instituições assistenciais depredados. Em 2005, revolta dos franceses naturalizados, o quebra-quebra provocou prejuízos de centenas de milhões de euro. Para melhor explicitar a questão, chamemos de franceses os franceses nascidos franceses e de "franceses", assim com aspas, os naturalizados. Ora, um francês aceita as leis do Estado em que nasceu. Aos "franceses", se forem muçulmanos, a lei do Estado que os acolhe nada lhes diz. Só aceitam a sharia, a vontade de Alá. Se esta contraria as regras de um Estado democrático, tanto pior para o Estado democrático. Se para o francês poligamia é crime, para o "francês" poligamia é um direito. Se o francês considera a mulher um ser igual e com seus mesmos direitos, o "francês" a considera um ser um pouco abaixo do rabo do camelo. Se a um francês repugna a idéia de prometer a filha a quem quer seja - pois afinal ela é um ser com vontade própria - para um "francês" é perfeitamente normal prometê-la desde o berço a um tio ou primo. Nenhuma francesa jamais aceitaria um casamento planejado pelos pais. Para uma "francesa", isso faz parte da vida. Nenhum francês se explodiria em nome de qualquer bandeira. Segundo o jornal espanhol El País, os serviços antiterroristas identificaram 22 "franceses" jihadistas que foram combater contra os Estados Unidos no Iraque, a maioria procedente da área de Paris e Lyon. Dois deles estão em mãos do Exército americano e se desconhece o paradeiro de outros 13. A França teme que estes "franceses", já treinados e envoltos em uma aura de heroísmo, voltem para explodir-se na França. Nas últimas operações contra o islamismo radical, a polícia francesa prendeu mais 14 "franceses" dispostos a empreender o caminho do martírio. Na quinta-feira passada, em Etampes, ao sul de Paris, um aluno do centro de formação profissional Louis Blériot, esfaqueou e feriu gravemente hoje sua professora de artes plásticas. É o que li na sexta-feira, no Terra. A professora de 28 anos foi agredida no interior da sala de aula. O estudante entrou e, depois de dizer que estava muito chateado, esfaqueou a professora três vezes na barriga e fugiu. O Terra não deu indício nenhum do nome do aluno ou de sua nacionalidade. Fui pesquisar na Internet. Percorri os principais jornais franceses. Nem um pio sobre a identidade do aluno. Só falavam em jeune homme. Claro que se trata de "francês", pensei com meus botões. Se não for árabe, deve ser negro. E aqui vai outra diferença entre o cidadão nascido francês e o que adquiriu cidadania. Se fosse francês de berço, seu nome estaria nos jornais. Como evidentemente é filho de árabe ou africano, seu nome é pudicamente oculto pela imprensa. A libertária França se rende ao politicamente correto. No sábado, consegui pescar um tímido indício no Le Monde: le jeune homme de nationalité française. Isto é: não era exatamente um francês, mas um jovem de nacionalidade francesa. Só no fim da noite de ontem, domingo - quatro dias após o crime - o conservador Le Figaro ousou dar o nome e mostrar a foto do apunhalador. Tratava-se de um negro, Dolores Wansale, de apelido Kevani. Mesmo assim, o Figaro nada diz sobre a origem do jeune homme. Pelo pouco que entendo de nomes, deve ser originário de Uganda. Estas são as diferenças, Thaís, entre ser francês ou ser "francês". Estas diferenças, obviamente, vão se manifestar no plano legal. Francês não apunhala professoras. E se apunhalasse teria seu nome divulgado aos quatro ventos. "Francês" apunhala e tem seu nome protegido pelo silêncio covarde dos jornais. Como o politicamente correto há muito invadiu a imprensa brasileira, não vi um pio sobre o assunto nos principais jornais do país. A SABEDORIA DA SOBRINHA Nestas últimas semanas, andei praticando nepotismo na Europa. Isto é, viajei com minha nepotina dileta. (Bem entendido, não com dinheiro do contribuinte). Ela não conhece línguas e nunca fez uma viagem destas em sua vida. O que realizou um velho projeto meu: sempre sonhei em dar a Europa de presente a uma mulher que não a conhecesse. Bom, lá pelas tantas da viagem, ela me disse: - Como é bom ouvir um monte de línguas e não entender nenhuma. Sei não! Mas acho que, talvez sem querer, ela tenha proferido uma frase de profunda sabedoria. Não entender o que se ouve pode ser uma ventura. MENSAGEM DO GLÁUCIO Caro Janer, Há muito venho acompanhando seus artigos. Desde as aventuras de Dom Pedrito, passando por temas políticos e religiosos, até às viagens ao Velho Continente. Tal variedade de assuntos é típico de quem, além de ter inteligência, tem história pra contar. De acordo com o Sr. Olavo o espaço do MSM não deveria ser desperdiçado com futilidades odientas, sem pé nem cabeça. Odientas? E quanto ao artigo dele? Ali sim, pude ver ódio. Embora eu seja cristão e acredite em Deus, não me incomoda o fato de ler em seus artigos - talvez pelo fato de não ser fanático - críticas ao cristianismo. E quando as faz, faz também às outras religiões. O que me causa estranheza é ver que bastou criticar o judaísmo para vir um não rabino tentar desqualificá-lo de forma covarde. A impressão é que o ataque é contra o Sr. Janer, e não contra os seus artigos. O título ficaria melhor se fosse: "Sobre o Janer Cristaldo". A bem da verdade é que muitos daqueles que o criticam têm somente inteligência. Aí vem você: um incontinente, depravado, ateu, "homossexual"... tomando a atenção dos leitores em seus artigos polêmicos. Fique certo de que o Sr Olavo conseguiu despertar a curiosidade daqueles que não o conheciam; ganhará mais leitores. Parabéns. Um abraço, Glaúcio Victorino MENSAGEM DE SWEDENBORG Caro Janer, apesar de discordar de muita coisa nos textos que você escreve sobre cristianismo ou judaísmo, não posso deixar de protestar contra o texto do Olavo, a quem muito admiro como filósofo e escritor.Se o MSM quer mesmo se firmar como um veículo diferente da mídia patrulhadora esquerdista, não pode tentar constranger aqueles que discordam dos pontos de vista da editoria.Vai aqui meu apoio, e se me permite, uma crítica amigável: realmente,seus textos que fogem do assunto religião são muito melhores,brilhantes mesmo. Um abraço. Swedenborg MENSAGEM DO ANSELMO Não seria interessante contestar o Janer, defendendo Maimônides? Parece que ninguém atentou para este simples fato. Não importam as razões que movem o Janer, mas o argumento em si. Tão simples... E neste campo (técnico) qual a superioridade (intelectual) da ortodoxia judaica contra um waABISMO?? Se Janer não acredita em deus, de nada vale a discussão, pois como contestar ou advogar sobre um conceito de algo que não existe para ele? Não acho produtiva a discussão. Mas acho produtiva sim, a visão e AÇÃO decorrentes de um credo específico. Este é o ponto e, parece-me, foi o que Janer o fez. Então, seus missivistas, têm a palavra. A palavra sobre o tema EM SI... Anselmo Heidrich sábado, dezembro 17, 2005
MENSAGEM DO NETANIAS Caro Janer, saudações. Antes de tudo, meus parabéns pela coragem e sinceridade tão bem expressas em seus textos. Li o artigo que o Olavo de Carvalho escreveu a seu respeito, e, qual não foi o meu susto! Que grande mancada a do Olavo! Perdeu muitos pontos comigo esse professor. Lendo o recente artigo do Olavo, publicado no MSM, fiquei me perguntando: e eu com as malditas 'tradições religiosas milenares'? Às pulhas! Ah, se a 'verdade' fosse atestada pelos ponteiros do relógio! E logo que belas tradições! As mesmas que deram suporte a inúmeros déspotas e intolerantes! Que lastimável. Infinitamente. Se ele acusa a ti de ler a Bíblia e o raio-que-o-parta do Maimônides 'com uma incompreensão malévola', é certo que o Olavo lê a Bíblia com uma incompreensão cínica. E quem afirma isto não sou eu, mas a própria base da tradição judaico-cristã, a mesma de quem o professor Olavo diz ser um defensor. Bom, ao menos é o que está escrito na Epístola aos Romanos, no capítulo 12, versículos 1 e 2. De acordo com essa passagem infame, o Lula é 'da parte de Deus'(versículo 1). E o versículo 2 afirma, com todas as letras, que quem se opõe a uma 'autoridade' (no nosso triste caso, o Lula) está se opondo ao próprio 'Deus'. Em outras palavras: o Olavo está em maus lençóis com o 'Altíssimo'. Ora, se o Olavo levasse a sério a crença que ele diz professar, ele deveria estar rezando e agradecendo a 'Deus' pelo nosso atual infeliz presidente e por todas as bestas vermelhas que estão lá no Congresso. O distinto Olavo 'humilde seguidor de Cristo e de Moisés' Carvalho forçou a barra. Ele quis esculhambar a ti, e 'aparentemente sem notar' acabou esculhambando apenas a ele próprio. Ó, paródia dos quintos! Que porca tróia! Ai, ai, ai. Só mesmo rindo. Abraços, meu caro Janer. Por favor, continue escrevendo. É com grande prazer que leio seus textos. Netanias Alves Lima AMSTERDÃ: SUSPEITAS Estive em Amsterdã pela primeira vez em 1971. O que mais me fascinou na cidade foi aquela convivência tranqüila com a prostituição. No Bairro Vermelho, molucanas soberbas se exibiam quase nuas nas vitrinas. Molucanas e outras mais. Me impressionaram as molucanas pela altura e volume de seios e quadris. Durante a semana, conviviam tranqüilamente com crianças que iam e voltavam da escola. Aos domingos - que nos domingos também se trabalha neste ofício - conviviam com os velhos e famílias que iam para a missa. Esse pragmatismo holandês, que não via nada de mal na prostituição, sempre me foi simpático. Voltei várias vezes a Amsterdã e em todas elas visitei o Bairro Vermelho. Agora, 34 anos depois, a zona me pareceu um tanto decadente. A maioria das vitrines estava fechada por cortinas e não me pareceu ser porque as moças estivessem empenhadas em seu trabalho. Não havia clientes para tanta vitrine fechada. Em vez das molucanas soberbas, umas magrelas um tanto desnutridas, sem ter muito onde pegar. A impressão que tive foi a de que talvez a prefeitura pagasse funcionárias para posar de prostitutas, e assim manter o charme do bairro. A mesma dúvida atroz me ocorreu em relação às milhares de bicicletas, distribuídas pelas ruas, canais e pontes. Muitas delas enferrujadas, aos cacos, todas expostas ao sol, chuva e neve. Me senti mais ou menos enganado. Pelo jeito, a cidade joga bicicletas antigas nas ruas para manter a fama. Isso não exclui, é claro, que Amsterdã seja uma cidade basicamente de ciclistas. Mas não tanto como parece. CARTA DO LUIZ Senhor Janer, a seguir reproduzo carta enviada à redação do MSM. Sou grande admirador de Olavo de Carvalho, homem de inteligência distinta e cultura inquestionável. Não leio seus escritos de há muito, porém, hoje absolutamente ele é minha maior referência no meio literário e é certo que os textos que periodicamente publica têm contribuído sobremaneira para que eu enxergue novos horizontes. Só para exemplificar, tenho estudado "Filosofia e Realidade de Aristóteles", transcrição de algumas aulas do Seminário de Filosofia que ele ministrou. Encontrei nessas lições - brilhantemente expostas, por sinal - um excelente manual de introdução à filosofia, que sem a menor dúvida me trouxe mais esclarecimentos do que o resultado da soma dos três anos de filosofia a que fui submetido na Faculdade de Direito. Naturalmente, apesar de todo o respeito que deixei claro manifestar pelo distinto escritor, não concordo com o teor de alguns dos textos que escreveu. Tenho, em relação a ele, algumas - poucas, é verdade - divergências pontuais. Por exemplo, na visão de Olavo de Carvalho, eu seria um ?abortista?. Também, divirjo do mestre em relação ao ensino obrigatório, que reputo importante mas ele não vê com bons olhos. Mas isso pouco importa, porque esses pequenos desencontros são minúsculos, não trazendo, na minha perspectiva, qualquer mácula ao conjunto da obra dele. O motivo que me fez escrever esta carta é outro, a publicação, no MSM, do texto intitulado Sobre os últimos artigos de Janer Cristaldo. Nele, Olavo de Carvalho dispõe que Janer Cristaldo - que também goza de bastante prestígio em meu conceito -, em seus últimos textos, tem sido patético, agredindo compulsivamente a Deus e àqueles que o seguem, especificamente cristãos e judeus, mediante interpretações malévolas da Bíblia e de outros escritos religiosos. Parece-me haver aí um elemento que não é comum na obra do ilustre filósofo: uma contradição. Explico: ao mesmo tempo em que se mostra bastante irritado por entender que rotineiramente os seguidores de Cristo têm de agüentar agressão gratuita por parte de Janer Cristaldo, releva, no texto "Não é caso para rir" - publicado em sua própria página na internet -, as contundentes ofensas que o livro Orixás, Caboclos e Guias, de autoria do bispo Edir Macedo, confere às religiões afro-brasileiras, dentre elas a de que estas são demoníacas, sob o argumento de que o autor tem liberdade de expressão. De fato, Olavo de Carvalho não faz ilações sobre a veracidade das conclusões do bispo evangélico. O que aduz é que deve ser preservada a liberdade de expressão e, por esse motivo é que ataca veementemente a decisão judicial que reputou inconstitucional o livro. De minha parte, também não pretendo concluir se as aludidas agressões a cristãos e umbandistas são justas ou injustas. Primeiramente porque reconheço não ter conhecimento e experiência para tanto e, em segundo plano, porquanto acho até que isso não se pode provar. O que questiono é o fato de Olavo de Carvalho, que é reconhecidamente um grande defensor da livre-expressão, ao invés de fazer aquilo que o tornou célebre, rebater o que lhe parece incoerente trazendo ao debate argumentos sólidos, publique uma matéria que se traduz em um murmúrio de inconformismo por conta de alguém não ter a mesma fé que a dele, partindo inclusive para a desqualificação do assunto abordado, quando afirma que o MSM "se destina a finalidades mais relevantes e não deveria ser desperdiçado com futilidades odientas". Pelo que sei, religião é um tema que sempre esteve em voga no MSM, diante da influência que exerce sobre questões de natureza política. Por fim, cito o próprio Olavo de Carvalho, que ao comentar o voto do relator que proibiu o livro do bispo evangélico asseverou: "O que ele está dizendo é que o simples ato de falar contra uma religião atenta contra o direito fundamental de segui-la. Mas é óbvio que a liberdade de seguir qualquer religião implica, essencial e incontornavelmente, o direito de não gostar das outras e de falar contra elas. E a liberdade de ser ateu ou agnóstico implica o direito de falar contra todas de uma vez. Suprimir esse direito é suprimir aquela liberdade. Suprimi-lo em nome dela, como o faz o dr. Souza Prudente, é a apoteose do nonsense. É o ridículo politicamente correto transmutado em imposição judicial". Desde já agradeço a atenção, Luiz Mendes. MENSAGENS DA SAFIRA Prezado Sr. Contato (ou devo me dirigir à Editoria MSM?) Dirigi-me ao Senhor Olavo de Carvalho, que, por sinal, percebo gostar de deixar seus leitores e/ou interlocutores falando sozinhos (vide Caneca na Rede, do Orkut), portanto, nem esperava retorno. Mas já que veio, e bem nos moldes de alguém não-identificado (ao que me consta, este retorno não foi uma mensagem automática, mas a assinatura não me parece ser de alguém de carne e osso), reservo-me ao direito de replicar ao que li. Vou postar novamente o artigo, com comentários em vermelho, pra ver se vc (Vossa Senhoria? Vossa Excelência?, Vossa Magnificência?, o quê?) prova minha dislexia. © 2005 MidiaSemMascara.org Revoltado contra Deus, Janer Cristaldo sente a compulsão irreprimível de bater nos que O amam. Primeiro pegou os cristãos, agora os judeus. Numa época marcada pela perseguição anti-cristã generalizada Que época? Atual? Que perseguição é essa? Quem, onde e como o faz? e pelo inquietante ressurgimento do anti-semitismo, não se pode dizer que ele esteja em descompasso com a moda. Apenas lamento que ele a venha desfilar no Mídia Sem Máscara, cujo espaço se destina a finalidades mais relevantes e não deveria ser desperdiçado com futilidades odientas. É mesmo? Que finalidades tão relevantes são essas e o que Vossa Senhoria classifica como futilidades odientas? Sob este ponto de vista, eu, leitora, posso classificar as suas da mesma forma. Isto o interessa ou interessa apenas despejar "artigos" sem comentários e/ou contestações? Afinal o que se espera dos leitores da MSM? Não vou vetar a publicação dos seus artigos, Era o que faltava! Afinal, deve ter servido pra alguma coisa seu passado e o fato de ter sido vetado no Globo, não é? Projeção de frustrações não são tão incomuns assim..... mas não posso deixar de observar que eles ultimamente não têm pé nem cabeça. Pra quem? E onde estão os argumentos que provem que não têm pé nem cabeça? Contrastam de maneira patética com as coisas espetaculares que ele escreveu, em outras épocas, contra o indigenismo fake, na Folha de S. Paulo, ou contra o socialismo proxeneta, no seu livro memorável "O Paraíso Sexual-Democrata". Cristaldo perdeu a forma justamente no momento em que decidiu dar um upgrade impossível na sua seleção de assuntos, passando dos temas terrestres aos celestes sem ter para isso nem mesmo asas de galinha. Ele lê a Bíblia ou Maimônides com uma incompreensão malévola que só se distingue da burrice completa porque esta é geralmente involuntária. Entre as várias interpretações possíveis, ele escolhe a mais imbecil e faz dela a essência das tradições religiosas milenares que deseja esculhambar, aparentemente sem notar que com isso esculhamba apenas a si próprio. Tradições religiosas são uma coisa, contestar fanáticos é outra. E me parece que religiosos ou esótericos de qualquer seita precisam a todo momento provar sua fé, coisa que os ateus não necessitam fazer. O que se pode fazer, PELO BEM DA HUMANIDADE, e acho que Cristaldo faz bem, é ter uma visão crítica de religiões e fundamentalismos, que fazem apenas colocar um véu de ignorância sobre as relações entre as pessoas. Viveríamos muito melhor sem elas (e sem Lula, e sem MST, etc....) Se me perguntarem por que ele adotou esse método tão projetivo quanto um teste de Roschasch, direi que não tenho explicação, apenas uma vaga suspeita. Bem sucedido nas suas críticas ao sr. Luís Inácio Lula da Silva, ele presumiu que poderia obter resultados igualmente vantajosos em polêmicas anti-Deus. Mas não creio que a hipótese de Deus ser apenas um Lula crescidinho seja compartilhada por muitos dos nossos leitores. Excetuada essa hipótese, o Altíssimo não está ao alcance de pancadas que poderiam ser letais para a sua suposta miniatura presidencial. O máximo que Cristaldo consegue é fazê-las respingar sobre os humildes seguidores de Cristo e de Moisés, que semana sim, semana não, têm de agüentar mais uma enxurrada de insultos gratuitos, sem sentir aliás o mínimo desejo de respondê-los porque, a rigor, todo nonsense é irrespondível. Humildes seguidores de Cristo e de Moisés? O senhor (ou quem quer que seja) considera-se um deles? Uauuuuuuuuuuu, fiquei estarrecida com a humildade do missivista que escreveu estas palavras sobre Cristaldo (poderiam ser classificadas como artigo ou apenas um desabafo invejoso?) Safira Et.: Desculpe-me se de repente o senhor Olavo de Carvalho está querendo promover o trabalho de Janer Cristaldo, e não entendi o espírito da coisa. ---- Original Message ----- From: "Contato" To: Sent: Saturday, December 17, 2005 10:19 AM Subject: Artigo ad-hominem - Cristaldo > Prezada Sra. Safira: > > Por favor, a sra. tem certeza mesmo de que sabe interpretar o que lê? Porque > pelo seu e-mail não parece. > > De onde é que tirou a idéia de que Janer Cristaldo irá para alguma fogueira? > Já ouviu falar de "paralaxe cognitiva", onde as análises feitas não > correspondem aos fatos que pretendem explicar ? Talvez a sua "sensibilidade" > seletiva não saiba, mas não é probido fazer críticas a um colunista só > porque ele é ateu e escreve sobre assuntos que estão além de sua > compreensão. Francamente, cara sra., seu e-mail afetado de falsa indignação, > que mal esconde a incapacidade de aceitar críticas não revela nada além de > ignorância arrogante. > > Editoria MÍDIA SEM MÁSCARA. > > -----Original Message----- > From: safiraps@sercomtel.com.br > To: contato@midiasemmascara.org > Date: Fri, 16 Dec 2005 14:02:11 -0300 > Subject: Contato MSM: Artigo ad-hominem - Cristaldo > > > Safira Hermes de Oliveira(safiraps@sercomtel.com.br) enviou a seguinte > > mensagem: > > > > Boa tarde, Sr. Olavo de Carvalho > > > > Gostaria de parabenizá-lo pelo show às avessas dado pelo senhor no > > artigo "contra" o trabalho do Sr. Janer Cristaldo. Tenho sido uma > > leitora assídua do MSM, gosto de ler e analisar as idéias de todos os > > colunistas, inclusive os seus. Tenho contestado muitas vezes as > > barbaridades que dizem do senhor, sempre insistindo em se analisar > > idéias, e não o autor delas. No entanto, para minha surpresa, me deparo > > com este "artigo" sobre o Sr. Janer Cristaldo, a quem respeito e leio > > há muito tempo tb. Deixo aqui o meu repúdio por esta insanidade que o > > senhor cometeu contra um ateu, em nome do seu Altíssimo. Apenas > > pergunto: tem procuração do papa para representá-lo nesta fogueira > > armada para queimar J. Cristaldo? > > > > Sem mais > > > > Uma ex-admiradora sua > > > > Safira MENSAGEM DO MARCOS Prezado Janer Leio todos seus textos e vc, junto ao meu amigo Anselmo é, disparadamente, o melhor do MSM.Por isso e também por ser ateu, venho lhe prestar solidariedade em função do ataque patético de Mr. Olavo. Acredito que o MSM perde quando envereda pelos religiosismos de Mr. Carvalho e outros. Mas, tenha a certeza que vc é muito mais admirado do que ele. Abraço. Marcos M. P. Wassilevski MENSAGEM DO VINÍCIUS Janer, "Entre as várias interpretações possíveis, ele escolhe a mais imbecil e faz dela a essência das tradições religiosas milenares que deseja esculhambar" ... Já que existem várias, que tal pedir a interpretação MENOS imbecil possível dos textos que voce apontou na Biblia ou em Maimônides? Um dos problemas da oposição no Brasil é essa direita tipo TFP (Tradição Família e Propriedade). Às vezes, chego a duvidar se essa direita é preferível à esquerda. Vinicius F. Arcaro sexta-feira, dezembro 16, 2005
AO GARÇOM DO METROPOLE Em Bruxelas, adoro freqüentar o Metropole, um dos mais antigos cafés da cidade, pleno de mármores, madeiras e candelabros solenes. Gosto de estar lá. O garçom que me atendeu tinha porte atlético, cabelo raso, postura rígida, de militar. Pedi uma Leffe, minha belga predileta. Como não vinha, ao cabo de dez minutos, chamei o garçom de novo: - Esqueceu minha cerveja? - Oh, não, Monsieur. É que ainda não estou aqui. Ainda não cheguei. Olhei para o garçom e fui tirando minhas conclusões. Ele ainda vivia em algum paraíso. Pelo perfil do rapaz, só poderia ser em algum país árabe. Ele acabara de fazer, a meu ver, a mesma viagem de Gide. Quando me trouxe a Leffe, puxei conversa: - E de onde é que você ainda não chegou? Seu rosto se iluminou. Era a pergunta que esperava ouvir. Vinha do Marrocos. E começou a digredir com entusiasmo sobre sua viagem. Que a organização social do Marrocos... que o rei do Marrocos... que a rainha do Marrocos... que o deserto marroquino... que os oásis do Marrocos... que as neves das montanhas do Marrocos... Enfim, recebi uma entusiasta aula sobre o Marrocos, interrompida por seu chefe, que o chamou de volta ao trabalho. Ele realmente ainda não havia chegado a Bruxelas. Em meu último dia na cidade, fui despedir-me dele e do Metropole. Ao sair, colei meu braço no dele e perguntei: já chegou? Ele me estreitou com afeto e quase soluçou: malheureusement. Acho que fiz um garçom feliz naquela noite. MENSAGEM DE KENYO ROSSAS Caro Janer, Sou leitor assíduo dos seus artigos no MSM, e me identifico com suas opiniões sobre Deus e Religião. Também sou leitor e admirador do Sr. Olavo de Carvalho, inclusive estou lendo o seu livro O Jardim das Aflições. Hoje ao entrar no MSM fiquei surpreso com o artigo do Olavo. Achei desmerecido o ataque dirigido a você. Mas surpreso ainda fiquei ao ler outro artigo do Olavo, onde ele diz: "(...)Mas é óbvio que a liberdade de seguir qualquer religião implica, essencial e incontornavelmente, o direito de não gostar das outras e de falar contra elas. E a liberdade de ser ateu ou agnóstico implica o direito de falar contra todas de uma vez.(...)" Essa eu não entendi. Um grande abraço CARTA DE LEIDO Acabei de ler no Mídia Sem Máscara uma crítica do Olavo ao seu texto sobre Maimônides. Já me intrigava - e acho que a outros leitores também - que você conseguisse publicar seus textos num reduto infestado de religiosos. Uma gente que insiste em querer moldar o mundo de acordo com o que suas vistas - cauterizadas pelo excesso de luz religiosa - lhes mostram. Por um tempo achei que isso acontecia porque o Mídia Sem Máscara se propunha a ser um veículo plural. Mas com o tempo o que eu suspeitava ficou patente - Janer Cristaldo incomoda, e incomoda muito! Meu caro Janer, não sei se você vai continuar escrevendo por lá, mas desde já deixo bem claro uma coisa: entre o MSM e Janer Cristaldo fico com o último! E acredito que muita gente fará o mesmo! Quem perde é eles. Sucesso meu caro, um abraço, felicidades. Francisco Leido dos Santos Jr. Sobre os últimos artigos de Janer Cristaldo por Olavo de Carvalho em 16 de dezembro de 2005 Resumo: Janer Cristaldo deveria entender que Deus não é uma versão ampliada de Luís Inácio Lula da Silva. © 2005 MidiaSemMascara.org Revoltado contra Deus, Janer Cristaldo sente a compulsão irreprimível de bater nos que O amam. Primeiro pegou os cristãos, agora os judeus. Numa época marcada pela perseguição anti-cristã generalizada e pelo inquietante ressurgimento do anti-semitismo, não se pode dizer que ele esteja em descompasso com a moda. Apenas lamento que ele a venha desfilar no Mídia Sem Máscara, cujo espaço se destina a finalidades mais relevantes e não deveria ser desperdiçado com futilidades odientas. Não vou vetar a publicação dos seus artigos, mas não posso deixar de observar que eles ultimamente não têm pé nem cabeça. Contrastam de maneira patética com as coisas espetaculares que ele escreveu, em outras épocas, contra o indigenismo fake, na Folha de S. Paulo, ou contra o socialismo proxeneta, no seu livro memorável O Paraíso Sexual-Democrata. Cristaldo perdeu a forma justamente no momento em que decidiu dar um upgrade impossível na sua seleção de assuntos, passando dos temas terrestres aos celestes sem ter para isso nem mesmo asas de galinha. Ele lê a Bíblia ou Maimônides com uma incompreensão malévola que só se distingue da burrice completa porque esta é geralmente involuntária. Entre as várias interpretações possíveis, ele escolhe a mais imbecil e faz dela a essência das tradições religiosas milenares que deseja esculhambar, aparentemente sem notar que com isso esculhamba apenas a si próprio. Se me perguntarem por que ele adotou esse método tão projetivo quanto um teste de Roschasch, direi que não tenho explicação, apenas uma vaga suspeita. Bem sucedido nas suas críticas ao sr. Luís Inácio Lula da Silva, ele presumiu que poderia obter resultados igualmente vantajosos em polêmicas anti-Deus. Mas não creio que a hipótese de Deus ser apenas um Lula crescidinho seja compartilhada por muitos dos nossos leitores. Excetuada essa hipótese, o Altíssimo não está ao alcance de pancadas que poderiam ser letais para a sua suposta miniatura presidencial. O máximo que Cristaldo consegue é fazê-las respingar sobre os humildes seguidores de Cristo e de Moisés, que semana sim, semana não, têm de agüentar mais uma enxurrada de insultos gratuitos, sem sentir aliás o mínimo desejo de respondê-los porque, a rigor, todo nonsense é irrespondível. quinta-feira, dezembro 15, 2005
DE AMSTERDÃ Seriam duas da madrugada. Eu batia pernas com minha sobrinha por vielas desertas que ligavam os canais. Subitamente, dois policiais chegaram voando em suas bicicletas. Derrubaram suas bicicletas no chão, empunharam suas armas e se dirigiram correndo a um beco. A mim, estrangeiro, me pareceu uma operação antiterrorismo. Não era. Tratava-se de um mendigo que dormia no beco. Foi levado, incontinenti, para o cárcere. SOBRE MAIMÔNIDES Vivo em Higienópolis, bairro judeu, cujos costumes e rituais me soam bastante estranhos. Aos sábados, quando chove, senhores e senhoras elegantes se cobrem com capinhas vagabundas de plástico, dessas que se compra a cinco reais nas bancas de revista. Casais nunca se dão as mãos. Em um determinado dia do ano, homens engravatados e bem postos não usam sapatos, apenas tênis. Aos poucos, comecei a descobrir as firulas da ortodoxia judaica. Usam capas no sábado, porque no sábado um judeu não pode portar um guarda-chuva. A rigor, não pode nem apertar um botão de elevador. O que faz com que apartamentos de primeiro andar sejam muito valorizados. Há inclusive no bairro um prédio com um elevador casher: aos sábados, ele pára em todos os andares sem que nenhum botão precise ser acionado. Judeu não dá a mão a uma mulher porque ela pode estar impura, isto é, menstruada. Neste sentido, no ano passado, quando ainda prefeita, Marta Suplicy pagou uma gafe monumental. Num encontro com rabinos, foi logo estendendo a mão. Que restou inútil, balançando no ar. Henry Sobel, mais diplomático, ousou responder ao gesto da pustulenta. Quanto ao uso de tênis, ocorre no Yom Kipur, quando um judeu não pode usar sapatos de couro. Com essa moda de espalhar vacas em fibra de vidro pela cidade, uma delas esteve plantada frente à praça Buenos Aires, tendo no corpo o desenho dos cortes casher da carne. Olhando-a mais detidamente, vi que nela não existiam filé nem picanha. Consultei amiga entendida nesta estranha gastronomia, que rejeita o melhor do boi. Não pode, me disse ela. São carnes que ficam perto do nervo ciático. Como palavra puxa palavra, fiquei sabendo ainda que judeu não come crustáceos. Nada de lagosta, camarão, ostras ou mexilhões. Nem mesmo polvos. Vá lá se entender por quê. À ortodoxia, o bem bom sempre soa como pecaminoso. Vivendo e aprendendo. Estes senhores hebreus, que parecem tão modernos e civilizados, no fundo não se distinguem muito, em suas práticas, de seus primos muçulmanos e obsoletos. Enfim, para entender a estirpe, consultei amiga judia. Que me recomendou ler Maimônides, um dos rabinos e teóricos mais prestigiados da história do judaísmo. Médico sefardita, conhecido entre os muçulmanos como Abu Imram Musa ben Maimun Ibn Abdala, Maimônides nasceu em Córdoba, em 1135 e morreu em 1204. Também conhecido como Rambam, escreveu vários ensaios, médicos e religiosos, desde um Tratado sobre as hemorróidas até o que é considerado sua obra maior, o Guia dos Perplexos. Mas um de seus livros me atraiu de cara: Os 613 mandamentos. Só o título já intriga. Se lembrar dez já é às vezes difícil para muito cristão, imagine lembrar 613. São 248 preceitos positivos e 365 negativos. Suponho que o judeu temente ao Enaltecido deve andar sempre com um no bolso, para consultar o que pode ou não pode fazer. Colho algumas pérolas entre as 365, para deleite dos leitores goyin. Começo pelos preceitos positivos. 185 - Destruir todo tipo de idolatria na terra de Israel Por este preceito somos ordenados a destruir todo tipo de idolatria e seus templos por todas as maneiras possíveis de destruição e aniquilação: quebrar, queimar, demolir e rasgar, usando, para cada objeto, o meio apropriado para que a destruição seja feita o mais completa e rapidamente possível, pois a intenção é que não reste nem traço dele. Isso está expresso em Suas palavras, enaltecido seja Ele, "Certamente destruíreis dos lugares" (Deuteronômio, 12:2), em "Mas assim fareis com elas: seus altares derrubareis etc." (Ibid. 7:5) e novamente em "Porém seus altares derrubareis" (Êxodo, 34:13). 186 - A lei da Cidade Apóstata Por este preceito somos ordenados a matar todos os habitantes de uma Cidade Apóstata e a queimá-la com tudo que houver nela. Esta é a Lei da Cidade Apóstata, e ela está expressa em Suas palavras, enaltecido seja Ele, "E queimarás no fogo, a cidade e todo o seu despojo, inteiramente" (Deuteronômio, 13:17). As normas deste preceito estão explicadas no Tratado Sanhedrin. 187 - A guerra contra as Sete Nações hereges Por este preceito somos ordenados a exterminar as Sete Nações que habitavam a terra de Canaã, porque eles constituíram a raiz e primeiro fundamento da idolatria. Este preceito está expresso em Suas palavras, Enaltecido seja Ele, "Mas destrui-los-ás". (Deuteronômio 20:17). Está explicado em vários textos que o objetivo disso era evitar que imitássemos sua heresia. Há vários trechos nas Escrituras que nos incitam e insistem veementemente para que os exterminemos, e a guerra contra eles é obrigatória. 190 - A lei da guerra não obrigatória Por este preceito somos ordenados quanto a guerras não obrigatórias contra nações. Caso entremos em guerra contra eles, somos obrigados a fazer um acordo com eles para poupar suas vidas se eles fizerem as pazes conosco e nos entregarem suas terras, e nesse caso eles deverão nos pagar tributos e ser nossos súditos. Este preceito está expresso em Suas palavras, enaltecido seja Ele, "Te será tributário ou te servirá" (Deuteronômio 20:11). A esse respeito, diz o Sifrei: "Se eles disserem 'nós concordamos com os tributos mas recusamos a servidão', ou 'concordamos com a servidão, mas nos recusamos a pagar os tributos', não devemos concordar: eles devem aceitar as duas condições" (...) Contudo, se eles não fizerem a paz conosco, somos ordenados a matar toda a população masculina, jovens e velhos, e a tomar tudo que lhes pertence, inclusive suas mulheres. Este preceito está expresso em Suas palavras, enaltecido seja Ele. 235 - A lei sobre o escravo cananeu Por este preceito somos ordenados quanto à lei sobre um escravo cananeu; ela diz que ele deve ser escravo para sempre e que não pode adquirir sua liberdade a não ser por causa de um dente ou um olho (se o dono do escravo lhe causar a perda de um dente ou de um olho), ou por causa de qualquer outro órgão do corpo que não torne a crescer, de acordo com a interpretação tradicional. Este preceito está expresso em Suas palavras "Perpetuamente vos farei servir deles" (Levítico 25:46) e, "E quando ferir um homem o olho de seu escravo etc." (Êxodo 21:26). Vejamos alguns preceitos negativos. 49 - Não poupar a vida de um homem das Sete Nações Idólatras Por esta proibição somos proibidos de poupar a vida de qualquer homem que pertença a uma das Sete Nações para evitar que eles corrompam as pessoas e as levem para o caminho errôneo da idolatria. Esta proibição está expressa em Suas palavras, enaltecido seja Ele, "Não deixarás com vida todo que tiver alma" (Deuteronômio, 20:16). Matá-los constitui um preceito positivo, como explicamos ao tratar do preceito positivo 187. Todo aquele que transgredir esta proibição, deixando de matar todo aquele que ele poderia ter morto estará infringindo um preceito negativo. 257 - Não utilizar um servo hebreu para executar tarefas degradantes Por esta proibição somos proibidos de utilizar um escravo hebreu para executar tarefas domésticas degradantes, como as que são executadas pelos escravos cananeus. Ela está expressa em Suas palavras, enaltecido seja Ele, "Não o farás servir com serviço de escravo" (Levítico 25:39). Curiosamente, mais adiante lemos: 289 - Não matar um ser humano Por esta proibição somos proibidos de matar-nos uns aos outros. Ela está expressa em Suas Palavra "Não matarás" (Êxodo 20:13), e todo aquele que violar este preceito negativo será decapitado. O Enaltecido diz: "Do meu altar o tirarás, para que morra" (Ibid., 21:14) O sábio rabino parecia ser curto de memória. Vejamos outro preceito, logo adiante: 310 - Não deixar viver um feiticeiro Por esta proibição somos proibidos de permitir que um feiticeiro viva. Ela está expressa em Suas palavras "Feiticeira não deixarás viver" (Êxodo 22:17). Permiti-lo é quebrar um preceito negativo, e não somente um preceito positivo, como no caso de perdoar um malfeitor que esteja sujeito à morte por sentença judicial. E por aí vai. Grande humanista, o santo e sábio Maimônides. Que o Enaltecido o tenha em sua glória. Verdade que não é muito original. Estes preceitos sanguinolentos emanam dos livros da Tora, sempre citada pelo magnânimo rabino. E depois os judeus se queixam de ser uma raça perseguida. RESPOSTA AO MANUEL Meu caro Manuel: Li com atenção suas observações. A Wikipedia pode ser um projeto cheio de boas intenções, mas não é viável. Uma enciclopédia não é obra que possa ser modificada do dia para a noite. As enciclopédias se transformam, é verdade, no correr dos séculos e mesmo em menos tempo. Mas um verbete não pode ser cambiante, hoje é um, amanhã é outro. Além disso, uma obra na qual quem quiser pode escrever seu verbete, está exposta a toda sorte de manipulações. Um marxista, fanático como sempre foram os marxistas, sempre tecerá loas à filosofia responsável pela morte de cem milhões de pessoas no século passado. Um católico ou um outro crente qualquer sempre defenderá a existência do que não existe. Para um seguidor de Osho, Osho não é um vigarista, mas um iluminado. Além do mais, a Wikipedia é um excelente instrumento para denegrir desafetos. Por outro lado, enciclopédia alguma deve pretender agradar a gregos e troianos. A verdade é uma só, desagrade a gregos ou troianos, ou a ambos. Ou seja, a Wikipedia é inviável. Ao que tudo indica, isto já está sendo percebido. Veja, por exemplo, este artigo da Folha On Line: Wikipedia enfrenta crise e deve apresentar mudanças Na semana passada, a Wikipedia - enciclopédia on-line escrita e editada por internautas de todo o mundo - enfrentou uma crise ao ter suas informações contestadas. Por isso, o site deve mudar suas regras, proibindo que internautas anônimos publiquem novos tópicos. Na terça-feira, John Seigenthaler, 78, escreveu um artigo no USA Today desmentindo as informações publicadas a seu respeito. A Wikipedia diz que ele estaria envolvido com o assassinato de John Kennedy. Seigenthaler, ex-editor do jornal The Tennessean, descobriu que a informação estava no site havia meses - isso aumenta as chances de que o texto tenha sido copiado por outras páginas. "Se houve algum assassinato, foi o da minha imagem", escreveu no USA Today. O caso aumentou questionamentos sobre a confiança que os internautas devem ter na enciclopédia - a maior do mundo, com cerca de 2,5 bilhões de page views por mês, segundo o jornal The New York Times. "Neste caso [relacionado a Seigenthaler], nosso sistema falhou", admitiu o fundador da enciclopédia on-line, Jimmy Wales, segundo o site Cnet. "Estamos tentando ver o que aconteceu. Parece que estamos enfrentando as dores do crescimento", disse Wales. As informações sobre Seigenthaler foram postadas por um internauta anônimo e, por isso, não há quem culpar. Para evitar problemas no futuro, Wales tem planos de limitar as postagens apenas àqueles cadastrados junto à Wikipedia. A mudança deve ser implementada ainda nesta semana - apesar dela, os usuários anônimos ainda poderão editar o conteúdo on-line. A restrição pode ser vista como um grande passo, já que a Wikipedia sempre se orgulhou de ser aberta para todos. Uma outra novidade considerada, diz o NYT, é a possibilidade de os usuários darem notas aos artigos -sistema já adotado pelo site de leilões eBay, para classificar os vendedores. O que também não vai resolver nada. Um verbete laudatório ao Che Guevara, por exemplo, neste continente dominado por um marxismo difuso, teria um conceito excelente. Ora, a verdade histórica não depende de conceitos de leitores. WIKIPEDIA: RESPOSTA DO MANUEL Caro amigo: Com certeza que já recebeu mais mails de outros wikipediófilos indignados com a sua crónica sobre o que ela "não conta". Com certeza que assuntos sobre religião e ideologia terão dificuldade em atingir um nível aceitável. O que o senhor propõe (como propõem outros, mas de outro lado da barricada) é apresentar as suas opiniões sobre os assuntos que referiu. Já tentei imparcializar textos sobre religião na wikipédia e é muito difícil - existem sempre defensores e detractores a quererem impor a sua visão próprio do que seja ou não um facto. Ora, a wikipédia pretende que esses assuntos sejam apresentados de forma objectiva e não laudatória ou difamatória (apresentam-se os factos e os leitores que tirem as suas opiniões). Claro que poderá considerar isso utópico. Eu diria mesmo que o é. A wikipédia é uma utopia, não tenha dúvidas, mas por enquanto é apenas uma semente - e, não sei se sabe, as sementes encerram um embrião em que muito dificilmente se descortina a planta (a árvore, por que não?) que será no futuro... O que muito me agrada na sua crónica é que pessoas como o senhor já se dão ao trabalho de criticar algo que ainda está a um nível tão incipiente como se fosse um projecto em estado avançado (e pode crer que aqueles que nela trabalham, como eu, somos os primeiros a constatar os erros e falhas que existem nela e a desesperar perante o baixo nível de alguns artigos - mas somos um projecto ainda em fase muito inicial!!! Uma enciclopédia típica leva décadas a fazer, e nós temos poucos anos de idade - mal sabemos ainda caminhar - mas já exigem de nós aquilo que se exige a um adulto...). Os artigos que referiu são também uma semente com um futuro problemático pela frente. Se alguém colocar lá alguma informação com que outro wikipedista não concorda (e isso é frequente em artigos de política, ideologia ou religião), existe uma página de discussão. Essas discussões, acesas e, por vezes, até mesmo de baixo nível, mostram como é difícil definir realmente o que são factos. Essas páginas necessitarão de mil e uma decisões até que um único parágrafo agrade a gregos e troianos... É um trabalho árduo, pode crer, mas só chegará a dar frutos se as pessoas participarem nessas discussões e edições (e não limitando-se a dizer: que porcaria de artigo...). Claro que o senhor escreve um artigo ou uma crónica e apresenta o que quer como sendo verdade irrefutável - e ninguém poderá alterar o seu conteúdo. Nesse caso, o seu texto terá o valor de algo petrificado no tempo - algo como um artigo de Enciclopédia escrito por Diderot... Será uma peça de literatura. Infelizmente, creio que os lusófonos em geral não estão habituados a procurar a objectividade. Somos ainda muito opinativos e confundimos opiniões com factos. As discussões na wikipédia são claras a esse respeito - e os artigos de religião são particularmente sensíveis. Vem alguém e escreve um texto em que demoniza Osho, vem outro, apaga tudo e passa a louvá-lo, vem outro e tenta conciliar as duas visões. As duas primeiras partes, por sua vez, passam a criticar essa tentativa de conciliar duas visões opostas. Tenta-se esclarecer o que é de facto um facto. Discutem-se palavras. Entra-se em guerras de edições: um põe, o outro tira, sucessivamente... Por vezes, alguém se rebela com "esse desastre" de wikipédia... E tudo porquê? Porque não sabemos dialogar. Estamos habituados a escrever para jornais com uma determinada orientação política, ideológica, religiosa... Ora, nesse caso é fácil estabelecer verdades. Tenho uma enciclopédia em casa, muito conceituada aqui em Portugal, como se fosse a Britânica cá da casa... E sabe uma coisa: envergonha-me a parcialidade de alguns artigos sobre política. Alguns ainda apresentam a visão oficial do regime ditatorial que vigorava durante a primeira edição dessa enciclopédia. Os artigos de religião apresentam apenas as coisas do ponto de vista católico: o artigo sobre a Inquisição chega a apontar as vantagens e benefícios do sistema inquisitorial!!!! E alguém se lembra de criticar esses artigos? Não... Está escrito numa enciclopédia "séria", é porque é verdade. A wikipédia vem alertar para esse problema da confiabilidade dos textos. Eu sou professor e vejo muita gente (professores e alunos) a usar já a Wikipédia como fonte bibliográfica. E sou o primeiro a informá-los que devem ter cuidado... Mas não passo, como o senhor fez, a depreciar aquela que é uma das mais belas promessas da internet (e está na mão da humanidade inteira que sejam aqueles que valorizam o conhecimento a vencerem a batalha num projecto que pretende, desde o início, ser património da humanidade, de todos, para todos - generosidade pura!!! Infelizmente há aqueles que desejam lutar do outro lado e que tentam por todos os meios provar que a generosidade é apenas própria dos "babacas"). A Wikipédia é um conceito totalmente novo e que precisa de ser abordada de uma forma diferente. Primeiro: não é planeada desde o início - cresce conforme a vontade dos seus utilizadores. Enquanto que alguns utilizadores têm noção das prioridades de uma enciclopédia, outros preferem fazer artigos de pouca relevância cultural ou científica. Isso poderá ter como consequência uma enciclopédia desequilibrada em termos de conteúdos. E é o que se verifica actualmente. A wikipédia em português ainda está longe de um patamar aceitável em termos de qualidade, mas há que dar tempo ao tempo. Mas existem alguns colaboradores (aqueles que têm também uma maior consciência daquilo que deve ser uma enciclopédia) que mantêm uma luta constante para elevar o nível intelectual dos conteúdos da wikipédia, que investigam aturadamente os mais diversos assuntos; que propõem para eliminação artigos que não têm qualquer relevância para uma enciclopédia (e que até a podem desacreditar - aliás, existem muitos provocadores e vandalismos propositados de pessoas que apenas querem demonstrar que a wikipédia é um sonho sem futuro). Mas existe a possibilidade de que o trabalho conjunto de muitos amadores (apaixonados no projecto) consiga ultrapassar o trabalho de uma enciclopédia tradicional - afinal, se uma enciclopédia é feita para o cidadão comum, a pensar no conhecimento científico numa perspectiva de divulgação, por que razão é que se deve julgar que os artigos têm de ser escritos pelos próprios cientistas? Muita gente diz: na Britannica foi o próprio Freud que escreveu o artigo sobre psicanálise - e julgam que isso dá mais autoridade a essa enciclopédia - mas não dá, pelo contrário: Freud seria a pessoa menos capacitada para escrever um artigo sobre psicanálise porque era o próprio Pai dela (e quem é que vai apontar os defeitos e fraquezas de um filho?). A wikipédia, ao ser feita por gente comum, promove o cruzamento de saberes e de pontos de vista, de forma a criar artigos que não têm uma assinatura individual, mas que são fruto de um autor colectivo que, de um ponto de vista ideal, poderia ser a própria humanidade. Mas, como disse, isso será um processo lento e cheio de percalços. Por enquanto, é arriscado utilizar a wikipédia como fonte bibliográfica. A wikipédia deve ser, sim, utilizada como um guia (como um amigo que pode errar, mas que nos pode dar pistas na nossa pesquisa). Se alguém fizer um trabalho e apenas encontrar informação sobre esse assunto na wikipédia (o que já acontece para alguns assuntos - espécies biológicas ou biografias para as quais não existia qualquer conteúdo em português na internet, passaram a tê-lo depois da criação da wikipédia) tem de ter a consciência que essa informação pode ter sido inserida de forma mal intencionada e conter erros mais ou menos sutis (a revista Veja inseriu um erro sutil na biografia do presidente Lula, difícil de ser detectado - esse género de erro pode manter-se na wikipédia por muito tempo - quando esperavam que alguém detectasse o erro em menos de vinte e quatro horas!). Mas aí é que entra o grande valor da wikipédia como meio de ensino e de aprendizagem: a Wikipédia, nesta sua fase de desenvolvimento pode ser utilizada nas escolas mais como o trabalho escolar em si do que como fonte bibliográfica. Os alunos, orientados por um professor que perceba a lógica enciclopédica da wikipédia (alguém que ajude a explicar aos alunos como deve ser o título de um artigo, qual o conteúdo que é aceitável ou não - incluindo violações de direitos de autor, que têm de ser expurgadas, bem como textos tendenciosos e opinativos). Há algum tempo, notou-se que um professor universitário brasileiro envolveu alguns alunos na criação de artigos na wikipédia. Isso teria sido bom se os alunos fossem consciencializados de que deveriam ouvir as críticas da comunidade e ajustar os textos e conteúdos às diretivas da wikipédia. O que aconteceu foi que esses alunos (sem qualquer orientação do professor que os enviou para a wikipédia) começaram a inserir textos plagiados (prática muito comum nos trabalhos académicos, tanto em Portugal como no Brasil, não tenhamos dúvidas) cheios de opiniões pessoais. Ora, a mais valia da wikipédia está mesmo na possibilidade educativa da criação conjunta, orientada por princípios definidos pela própria comunidade. Assim, um aluno pode reflectir na diferença entre factos e opiniões (coisa para a qual a escola nem sempre educa); pode reflectir no que significa objectividade, no que significa trabalho colectivo, além de aprender com os seus próprios erros, corrigidos ou comentados por outras pessoas (muitas vezes, há anónimos que conseguem detectar erros que os próprios professores universitários não são capazes de detectar - até porque muitas vezes falta essa capacidade de olhar para a globalidade das coisas a quem está habituado apenas a aprofundar apenas um aspecto das questões, como acontece a muitos cientistas). Um aluno, na wikipédia, pode também ter a possibilidade de valorizar aquilo em que é realmente bom. Imaginemos que esse aluno percebe muito de física mas escreve com muitos erros ortográficos: ao publicar um artigo na wikipédia, não receberá uma má nota da comunidade apenas porque comete esse género de erros - a comunidade valorizará o conteúdo científico e corrigirá (mais cedo ou mais tarde) os erros ortográficos - cada um dá aquilo que de melhor pode dar. Por isso, sintetizo a minha opinião, dizendo que, no estado actual, a wikipédia vale como instrumento pedagógico de escrita e criação, não tanto como meio de consulta. Contudo, creio que, no futuro, será possível criar duas páginas para cada artigo na wikipédia: uma página de trabalho, sujeita a melhoramentos (ou a vandalismos, claro), que nunca deverá ser utilizada como fonte bibliográfica; e uma página protegida, fixa e revisada que já poderá ser utilizada como fonte bibliográfica. Mas isso não é para já (nem para um futuro próximo). E ainda se discute o processo de "revisão". Mais uma achega: apesar de os artigos da wikipédia não terem actualmente validade como fonte bibliográfica, por não serem revisados não implica que os mesmos não sejam usados por outros autores que os publiquem, revisados e numa forma fixa, noutro local da internet. A wikipédia é a semente - cabe a toda a gente semear, depois, por outros sítios. A wikipédia tem o desejo de se disseminar e de criar frutos para além dela. Os detractores da wikipédia esquecem-se desse pormenor: as pessoas podem utilizar livremente os conteúdos da wikipédia para criarem sites, livros ou outros, revisados e não sujeitos à degradação e vandalismo por parte de pessoas mal intecionadas - desde que os conteúdos mantenham uma licença compatível com o GFDL, claro. Agradecia que me respondesse, nem que fosse por meia dúzia de palavras (nem que seja a dizer: li as suas balelas, mas tenho mais que fazer do que lhe dar atenção). Terei gosto em discutir o projecto, contudo, se estiver interessado. Atenciosamente, Manuel Anastácio domingo, dezembro 11, 2005
LOUCURA MADRILENHA Três horas da madrugada deste sábado. Temperatura abaixo de zero. Puerta del Sol, Plaza Mayor, Huertas, fervendo de gente. Para donde irán? quarta-feira, dezembro 07, 2005
O QUE A WIKIPEDIA NÃO CONTA A Internet é uma benção para as comunicações e para a liberdade de expressão. Hoje, com um mínimo de habilidade, qualquer pessoa pode tornar-se jornalista, escritor ou editor e encontrar seus nichos de leitores. Mas há muito lixo na rede. Pior ainda, lixo travestido de erudição. Falo da Wikipedia, a enciclopédia on line feita por qualquer um que se habilite a criar um verbete, e que está prestes a ser distribuída em CD-ROM. Terá muita informação de qualidade, mas também é pródiga em mentiras. Um amigo, que precisava do esquema de cabeamento de uma tomada DIN (norma alemã), não o encontrou nem no site da DIN. Mas achou exatamente o que lhe era necessário para fazer um cabo na... WikiPedia! Pode ser. Mas eu busquei por informações menos técnicas. Procurei, por exemplo, por Osho, vigarista hindu, antes chamado Rajneesh Chandra Mohan Jain, e mais conhecido nos anos 70 como Bhagwan Shree Rajneesh. Diz a Wikipedia: "Rajneesh escreveu vários livros, que até hoje fazem muito sucesso em muitos países, inclusive o Brasil, país em que tem um pequeno mas muito ativo grupo de seguidores, espalhado em muitos dos grandes centros e em algumas comunidades mais afastadas. Muitos desses seguidores exercem algum tipo de atividade terapêutica alternativa, como por exemplo a Osho Pulsation, Danças Sagradas, Biodanza, práticas de Shamanismo e a assim chamada Meditação Dinâmica (há quem diga tratar-se de um exercício aeróbico que promove embriaguez por hiperventilação). Seus seguidores (Sannyasins) o apresentam como um grande contestador e libertador. Seu ensinamento sem dúvida enfatizava bastante a busca de liberdade pessoal e apresentava uma atitude mordaz em relação à tradição e à autoridade estabelecida". Tudo muito edificante. O que Wikipedia não diz, é que Osho - ou Rajneesh - se dizia Deus, fez fortuna enganando jovens e provocou um escândalo internacional com suas cerimônias tântricas, em verdade alegres orgias sexuais. Possuía terrenos, hotéis, uma rede de casa de massagens na Europa - isto é, prostituição - e uma frota de 91 Rolls-Royces. Acusado de perversão, realização de lavagem cerebral e sonegação de impostos, foi deportado dos Estados Unidos para a Índia, onde morreu de Aids. Nos EUA, respondeu por 35 acusações e foi condenado a dez anos de prisão com sursis. Foi expulso também da Grécia, foi rechaçado da Alemanha e da Espanha, só conseguiu entrar na Irlanda porque seu piloto alegou ter um doente a bordo. Sua secretária Sheela Birustiel-Silvermann (Ma Anad Sheela) foi extraditada da Alemanha, onde estava no cárcere em Bühl, e foi condenada pelo tribunal federal de Portland (Oregon), em 86, a quatro anos e meio de prisão, por fraude e envenenamento alimentar. A investigação revelou que centenas de jovens mulheres foram constrangidas a aceitar uma operação de esterilização. Rajneesh não tem biografia, mas folha corrida. Isto, a Wikipedia não diz. Busquei depois a biografia de Rigoberta Menchú Tum, a guatemalteca que obteve em 1992 o prêmio Nobel da Paz. A Wikipedia é generosa. Diz que Rigoberta se envolveu em atividades sociais reformistas através da Igreja Católica e se tornou proeminente nos movimentos dos direitos das mulheres. Em 79, seu irmão teria sido aprisionado, torturado e morto pelo exército guatemalteco. Em 81, fugiu para o México, onde organizou a resistência contra a opressão na Guatemala e a luta pelos direitos indígenas. Em 1983, contou sua vida a Elisabeth Burgos Debray, mulher de Régis Debray, o delator de Che Guevara na Bolívia.. O livro resultante, publicado em ingles como I, Rigoberta Menchú, é um absorvente documento humano que atraiu considerável atenção internacional. O que a Wikipedia não conta é que Rigoberta Menchú é um solene embuste. David Stoll, em seu livro Rigoberta Menchú and the Story of All Poor Guatemalans, mostra que a prestigiada militante em pouco ou nada difere de outros vigaristas já galardoados com os prêmios Nobel da Literatura ou da Paz, essas duas láureas jogadas de vez em quando pelos louros nórdicos aos nativos e mestiços do Terceiro Mundo. Segundo Stoll, a premiada com o Nobel descreve com freqüência experiências pelas quais nunca passou. Em seu livro, afirma nunca ter freqüentado escola, nem saber ler, escrever ou falar espanhol até a época em que ditou sua autobiografia. Mas sua incultura era postiça: recebeu o equivalente à instrução ginasial em internatos particulares mantidos por freiras católicas. A luta de Menchú e outros indígenas pela terra, contra latifundiários de origem européia, era em verdade uma antiga rixa familiar de seu pai contra parentes próximos. O irmão mais jovem que dizia ter visto morrer de fome nunca existiu. Um outro, que dizia ter visto morrer queimado, não morreu queimado nem ela viu sua morte. Isto a Wikipidia não conta. Procuro o verbete sobre Madre Teresa de Calcutá. Considerada a missionária do século XX, concretizou o projecto de apoiar e recuperar os desprotegidos na Índia. Através da sua congregação As Missionárias da Caridade, partiu em direcção à conquista de um mundo que acabou rendido ao seu apelo de ajudar o mais pobre dos pobres. Terceira filha de um rico comerciante albanês, Agnes Gonxha Bojaxhiu estudou até aos 12 anos num colégio estatal da actual Croácia. Durante a década de 20, foi solista no coro da igreja da sua aldeia e chegou mesmo a dirigi-lo. Deixou a sua casa aos 18 anos para entrar na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, em Rathfarnham, perto de Dublin, na Irlanda, onde foi acolhida como postulante. Em 1931, partiu para a Índia, para a cidade de Darjeeling, onde fez o noviciado no colégio das Irmãs de Loreto. No dia 24 de Maio de 1931, fez a profissão religiosa e emitiu os votos temporários de pobreza, castidade e obediência tomando o nome de Teresa. De Darjeeling passou para Calcutá, onde exerceu, durante os anos 30 e 40, a docência em Geografia no Colégio bengalês de Sta Mary, também pertencente à congregação de Nossa Senhora do Loreto. Impressionada com os problemas sociais da Índia que se reflectiam nas condições de vida das crianças, mulheres e velhos que viviam na rua e em absoluta miséria, fez a profissão perpétua a 24 de Maio de 1937. Em 1946, decidiu reformular a sua trajectória de vida. Dois anos depois e após muita insistência, o Papa Pio XII permitiu que abandonasse as suas funções enquanto monja, para iniciar uma nova congregação de caridade, cujo objectivo era ensinar as crianças pobres a ler. Desta forma, nasceu a sua Ordem, as Missionárias da Caridade. Como hábito, escolheu o sari. Como princípios, adoptou o abandono de todos os bens materiais. O espólio de cada irmã resumia-se a um prato de esmalte, um jogo de roupa interior, um par de sandálias, um pedaço de sabão, uma almofada e um colchão, um par de lençóis, e um balde metálico com o respectivo número. No dia 21 de Dezembro de 1948, foi-lhe concedida a nacionalidade Indiana. A partir de 1950 empenhou-se em auxiliar os doentes com lepra. Em 1965, o Papa Paulo VI colocou sob controlo do papado a sua congregação e deu autorização para a sua expansão a outros países. Centros de apoio a leprosos, velhos, cegos e doentes com VIH surgiram em várias cidades do mundo, bem como escolas, orfanatos e trabalhos de reabilitação com presidiários. Em 1979, ganhou o prêmio Nobel da Paz. Morreu em 1997, com 87 anos e foi beatificada em outubro de 2003. Isto, e mais um pouco, é o que a Wikipedia diz sobre a Madre Teresa de Calcutá. Supõe-se que em breve será reconhecida pelo Vaticano como santa. O que falta dizer é que Agnes Gonxha Bojaxhiu costumava depositar flores na tumba de seu conterrâneo, Enver Hoxha, um dos mais sanguinários ditadores comunistas do século passado. No Haiti, durante a tirania de Baby Doc, recebeu de suas mãos a "Légion d'honneur" haitiana. Junto à Suprema Corte dos Estados Unidos, pediu clemência para Charles Keating, vigarista condenado a dez anos de prisão por lesar os contribuintes americanos em 252 milhões de dólares. Deste senhor, Madre Teresa recebeu a simpática quantia de 1,25 milhão de dólares e a oferta de um jato privado para suas viagens. Isto a Wikipedia não conta. Terá muita coisa boa a enciclopédia. Mas quando seus verbetes tratam de ideologia ou religião, revela-se um desastre. quinta-feira, dezembro 01, 2005
EH BOM OUVIR... ... cah de Paris, a cassacao de Joseh Dirceu. Pode ser que agora o homem, em seu ressentimento, entregue o chefe da quadrilha. |
||